Foto: Divulgação

Marisa Monte aparece cantando e tocando cavaquinho de 4 cordas.

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Após um hiato de seis anos sem lançar um novo trabalho, exceto o álbum Tribalistas (2002), parceria com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown a cantora Marisa Monte volta a lançar um novo CD. De fato são dois novos trabalhos. Em entrevista coletiva realizada na tarde de ontem no Rio de Janeiro, Marisa apresentou Universo ao meu redor e Infinito particular. Em dois álbuns inéditos a cantora aparece com duas obras distintas; Universo ao meu redor, gravado entre maio e setembro de 2005, e Infinito particular , gravado em outubro do mesmo ano.

Com a cara da Marisa, sua voz suave e seu jeito mulher, Infinito particular traz um trabalho parecido com o que o público já conhece. As músicas são fruto dos quinze anos de carreira da cantora. Após ouvir mais de cem fitas com canções inacabadas e alguns rascunhos, ela organizou um repertório especial com a ajuda de arranjadores e acompanhamento de instrumentos orquestrados. A sonoridade continua leve e conta com os sons do fagote, violoncelo, trompete e violino. "Quando eu subir ao palco o público verá uma banda me acompanhando como se fosse um quarteto de câmara?, diz a cantora.

Em Universo ao meu redor, com produção de Mario Caldato, Marisa fala em uma linguagem contemporânea com notas próximas, para não dizer idênticas, com o seu jeito de ser. "Chamei Caldato, porque queria um disco afinado com elementos contemporâneos, utilizando um repertório de samba clássico?, conta. Assim, Marisa Monte concebeu dois novos discos, um desafio, e uma vitória, considerando a qualidade musical.

Os trabalhos (à venda nas lojas) podem ser acompanhados ao vivo a partir do final de abril, mês em que a cantora inicia sua turnê nacional, em Curitiba. "Assim como minha turnê, essa apresentação vai contar com um repertório variado. Quero misturar essas músicas novas com as antigas abrindo um grande leque de opções?. Segundo a cantora, seus trabalhos sempre têm lançamento em Curitiba devido a cidade oferecer uma estrutura com a qualidade que às vezes falta em outras regiões. "O teatro Guaíra oferece uma funcionabilidade incrível’, ressalta.

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Lembrando o trabalho com os Tribalistas, quando arriscou ao lançar um CD ambicioso sem dar entrevistas à imprensa, Marisa afirmou que gosta de correr riscos. "Acredito em novidades, elas dão um novo interesse ao trabalho?. Os lançamentos mostram a mesma Marisa feminina e com alguns bônus; ela aparece cantando e tocando com um cavaquinho português de quatro cordas. "Ele tem uma sonoridade mais doce que o cavaquinho comum e as cordas são mais suaves?.

Com a sonoridade nascida do violão, Infinito particular remonta aos tempos de parcerias antigas como Nando Reis, Pedro Baby, Dadi e seus companheiros de Tribalistas, e abre um novo campo conceitual e de idéias vindas de novos parceiros como Seu Jorje, Adriana, Yuka e Leonardo Reis. "Acho esse disco superleve. Aliás, esses dois discos são os mais leves que já fiz. Mesmo com o samba, que é um universo masculino, quem escuta percebe a visão feminina", diz. Marisa confessou que pode ser a sensibilidade maior vinda com a maternidade que esteja falando mais alto. Durante o período sem shows ela teve uma filha.

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Uma pessoa sincera e simpática, assim Marisa Monte se mostra e gosta de ser vista. Assim como no começo da entrevista, quando cumprimentou os jornalista um de cada vez, antes de encerrar disse as pessoas tem que acreditar umas nas outras e no ser humano como indivíduo. "Acredito no ser humano e acho que ele tem condições de cantar afinado, todos juntos em apenas um tom", completa.

(O repórter viajou a convite da gravadora EMI)