Mario Vargas Llosa fala em SP sobre como passou de revolucionário a liberal

O escritor peruano Mario Vargas Llosa falou na noite desta segunda-feira, 9, em São Paulo, sobre como passou de um jovem entusiasta da revolução Cubana a um liberal apaixonado pela democracia. Ele ocupou o palco do teatro Cetip, no Instituto Tomie Ohtake, abrindo a temporada do evento de palestras Fronteiras do Pensamento.

Llosa comentou rapidamente sobre a situação política no Brasil. Primeiro, aceitou a brincadeira de que o país estaria passando por um momento “surrealista”. “Na arte, a mistura de sonho e realidade pode produzir obras fantásticas, mas na política é meio temeroso”, riu.

“Há que se ver com otimismo o movimento popular que quer purificar a democracia, limpá-la da corrupção”, exemplificou, mais sério. “Aperfeiçoar a democracia é um ideal muito civilizado e alcançável.” O autor, hoje um dos intelectuais mais respeitados do mundo, tem uma ligação forte com o Brasil: em 1981, ele publicou A Guerra do Fim do Mundo, um romance sobre a revolta de Canudos. “Li Os Sertões em estado de transe: é um livro fundamental para saber o que a América Latina é, e o que ela não é”, disse.

Ele também criticou o preconceito que os ideais liberais sofrem no continente. “A ideia de tolerância é central no liberalismo”, apontou. “Que alguém reconheça que pode estar errado e que o adversário pode estar certo”, explicou o escritor, prêmio Nobel de Literatura de 2010.

Mais cedo, ele havia discorrido com paixão sobre as ideias de Karl Popper (1902-1994). “Popper dizia que estamos melhor agora do que jamais estivemos no passado, temos todas as armas para combater os grandes maus da humanidade, como a fome, a desigualdade, a violência”, falou, no tom otimista que marcou toda sua conferência.

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