Hoje e amanhã o Teatro Guaíra recebe em seu palco todo o estilo e a elegância da marca Chanel com a peça Mademoiselle Chanel, com encenação da atriz Marília Pêra. O texto, da autora Maria Adelaide Amaral, foi escrito há 16 anos, contudo, apenas em 2004 ganhou uma montagem para o teatro. E por onde passou, teve sucesso, inclusive em Portugal e França, onde o público se rendeu ao talento de Marília Pêra. O espetáculo tem como seu personagem protagonista uma das principais estilistas e ícones da moda feminina, Gabrielle Chanel (1883-1971). A direção fica a cargo de Jorge Takla, que também assina a cenografia, iluminação e trilha sonora.
Apesar de ter crescido em um orfanato, Gabrielle foi a primeira estilista a se tornar uma celebridade. Sua vida foi marcada pelo relacionamento com vários homens, inclusive no período em que se prostituiu, até alcançar fama e ter seu estilo reconhecido na Europa do século 20. ?Sem dúvida ela deu vários saltos mortais sem rede?, conta Marília Pêra. A fama atingida por Chanel possibilitou amizades e relacionamentos com importantes artistas e personalidades como os pintores Pablo Picasso e Salvador Dalí, o escritor Jean Cocteau, o bailarino Serge Lifar, o compositor Igor Stravinsky, o produtor Sergei Diaghilev, entre outros.
Se a presença de Marília Pêra já é um chamativo para o público lotar o Guaíra, o cenário elaborado e principalmente o figurino devem levar estilistas e fãs de moda ao teatro. ?Um homem do mundo?, como Marília bem colocou, Jorge Takla conseguiu pela primeira vez, após a morte de Gabrielle, que a Maison Chanel liberasse os direitos de imagem para o teatro. Além disso, o figurino foi confeccionado especialmente em Paris. No palco, dois looks completos são usados pela protagonista e outros 14 pela ex-modelo e apresentadora Laura Wie e a atriz Elen Londero, que interpretam modelos da maison.
Segundo Marília Pêra, Gabrielle criou uma moda a partir da falta de dinheiro. Para ela, a primeira estilista minimalista da história (Chanel) influenciou as gerações femininas que lhe sucederam oferecendo mais liberdade e deixando-as mais soltas. No palco, a personagem conquista o público com humor e dramaticidade. ?As pessoas acabam rindo dela por causa de seu azedume e o mau humor com que trata as modelos. Ainda assim ela tem um lado frágil e sedutor?, revela.
Recordações, amores e conquistas marcam as lembranças, e com elas o público conhece Chanel. Dois telões mostram imagens e vídeos auxiliares. Para compor a personagem, Marília Pêra pesquisou filmes, revistas e livros. Maria Adelaide Amaral criou o texto após ler a biografia de Chanel escrita por um amigo, Lucchino Visconti, e também a biografia Chanel solitaire. Adelaide cita Gabrielle como revolucionaria, simples, prática e lembra que a bolsa a tiracolo, o cardigan e o chemisier foram criados por ela.
Serviço:
Peça Mademoiselle Chanel com a atriz Marília Pêra, hoje e amanhã, no Teatro Guaíra, às 21h. Ingresso de inteira e meia-entrada a R$ 100 e R$ 50 (platéia), R$ 80 e R$ 40 (1.º balcão) e R$ 60 e R$ 30 (2.º balcão). Mais informações pelo telefone (41) 3304-7982.