Maria Maya faz sua primeira direção em ‘Adorável Garoto’

Guilherme Weber e Mariana Ximenes têm, de certa forma, uma dívida com Maria Maya. É que, sem querer, eles acabaram impedindo a atriz de realizar um sonho de adolescente. Quando tinha 17 anos, Maria foi apresentada ao texto Os Altruístas, do dramaturgo norte-americano Nicky Silver. Apaixonou-se. “Quis comprar os direitos para montar, mas o texto estava travado primeiro com o Guilherme, depois com a Mariana”, lembra Maria. A solução foi, 17 anos depois, escolher outro texto: após temporada no Rio, Adorável Garoto estreia nesta sexta-feira, 27, em São Paulo, no teatro Nair Bello. A peça marca sua primeira direção teatral.

“Os textos de Nicky Silver são contemporâneos, abordam conflitos de uma realidade próxima à nossa”, afirma a atriz. “E trata dos problemas com um tom ácido, debochado”, completa, lembrando que seu senso de humor vem de família, já que Maria é sobrinha-neta de Chico Anysio (1931-2012).

Em Adorável Garoto, Harry (interpretado por Leonardo Franco) e Nan (Isabel Cavalcanti) formam um casal decadente. Ele já não dá bola às coisas que ela diz, e ela é ciente das frequentes traições do marido e, em vez de se exaltar com os fatos, faz piada sobre a situação. Tudo muda com a chegada de Isaac (Michel Blois), filho aparentemente bem-sucedido do casal que, após um tempo morando sozinho, volta para ficar. Isaac faz uma revelação obscura que desnorteia a família, mudando seu rumo.

Maria sabia que a peça já havia sido montada fora do Brasil, não tendo um bom desempenho no circuito Off Broadway e indo um pouco melhor em versões europeias. “Eu não estava interessada na recepção do texto em outros países, mas sim em como absorvemos aqui toda essa complexidade de Silver”, conta. O enredo do espetáculo toca em alguns tabus e, segundo a diretora, o Brasil é mais avançado na discussão de temas delicados em comparação a outros países.

Mesmo o dramaturgo estranhou a escolha de Maria. “É uma peça tão pesada!”, disse, por e-mail, quando ela o convidou para integrar o projeto como diretor da peça. A ideia era a de que ela repetisse a experiência que vinha tendo em espetáculos como Popcorn, em que chamou o dramaturgo Jô Bilac para dirigir. “É uma forma de se ter a visão máxima de um texto, encenado pelo próprio autor”, informa a atriz. Silver chegou a topar a proposta, mas a burocracia de editais causou a incompatibilidade de agendas, fazendo com que Maria se aventurasse na direção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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