No ano de comemoração do centenário de Carmen Miranda (1909-1955), ninguém melhor do que Maria Alcina, uma versão moderna e sempre atualizada da Pequena Notável, para homenageá-la. Não só porque sempre se dedicou a reinventar parte do repertório da diva inspiradora, mas pelo espírito da coisa em si, que se reflete na influência da interpretação, na alegria e também nas fantasias.
Em seu sofisticado álbum ‘Maria Alcina, Confete e Serpentina’ (Outros Discos), lançado no carnaval deste ano, ela incluiu outro clássico brejeiro: Cachorro Vira-Lata, de Alberto Ribeiro. Amanhã Alcina transporta as novidades gravadas no CD para a choperia do Sesc Pompeia, em São Paulo, tendo a seu lado o tecladista e produtor Maurício Bussab, do Bojo.
Alcina também fez surpreendentes versões para Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (Sérgio Sampaio), Roendo as Unhas (Paulinho da Viola), e Açúcar Sugar (Tom Zé/Lô Borges), mas principalmente se jogou no cancioneiro de jovens e criativos autores da cena independente, como Wado, Moisés Santana, Ronei Jorge, Adalberto Rabelo Filho, Piero Damiani e Roseli Martins, além da jovial veterana Alzira E.
Eletrônica ou sambista, carnavalesca ou reflexiva, a inquieta Alcina desafia o tempo e reafirma que ousadia é chama que não se apaga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.