Uma das estrelas da nova fase do musical brasileiro, o ator e bailarino Marcos Tumura morreu na madrugada desta quinta-feira, 18, em São Paulo. Ele estava com 49 anos. Segundo amigos, disputava uma partida de vôlei na noite de quarta, quando passou mal. Atendido no Hospital 9 de Julho, não resistiu.

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“Hoje, o Brasil acordou mais cinza e triste, perdemos nosso amado, meu irmão, companheiro na vida e na arte Marcos Tumura, estamos sem ar, devastados”, postou a atriz Claudia Raia, na manhã desta quinta-feira.

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Eram, de fato, grandes amigos – Tumura foi bailarino em espetáculos como Não Fuja da Raia (1991), Nas Raias da Loucura (1992) e Caia na Raia (1995), além de participar de todos os mais recentes musicais patrocinados pela atriz, como Cabaret (2011), Crazy For You (2013) e Raia30 (2015).

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Era no estúdio de Tumura, no bairro da Barra Funda, aliás, que Raia iniciou os ensaios de seu próximo trabalho, Cantando na Chuva.

Antes de iniciar o grande momento de sua carreira, Tumura participou da fase de “pré-aquecimento” ao estrelar Aí Vem o Dilúvio (1998) e Rent (1999). Foi o sucesso dessas montagens que incentivou a empresa CIE (hoje transformada em Time For Fun) a investir nas grandes produções da Broadway, começando com a reforma do antigo Teatro Paramount, transformado primeiro em Abril e, agora, Renault.

Tumura, que estava em cartaz em Forever Young, faz parte dessa primeira geração de grandes intérpretes do novo boom dos musicais no Brasil, iniciado em 2001, com a primeira montagem nacional de Les Misérables. Ele viveu o protagonista Jean Valjean e gostava de brincar com seus traços (nascido em Curitiba, tinha ascendência italiana e japonesa), o que, dizia, o tornava um improvável francês. “O Brasil é uma miscigenação só, não tem nenhum problema”, divertia-se.

Ao seu lado, despontaram outros grandes nomes que pavimentaram o sucesso do gênero musical no Brasil, como Saulo Vasconcelos, Kiara Sasso, Sara Sarres, Nando Pradho, Alessandra Maestrini, Jonathas Joba, entre outros dono de uma voz incomparável, além de um incrível bom humor, transformava-se em destaque mesmo quando era o protagonista – foi assim em Miss Saigon (2009), espetáculo sombrio que crescia em motivação e júbilo com a entrada de Tumura, vivendo o picareta Engenheiro.

O ator também brilhou como Lumiére na versão de A Bela e a Fera (2002) e como Monsieur André em O Fantasma da Ópera (2007). Também em 2007, criou a Tumura Produções, com o sócio Fred Sposito, produtora que oferece soluções artísticas e ideias criativas para todo tipo de espetáculo. É um de seus grandes legados.