Marco Nanini se divide entre Lineu e Odorico Paraguaçu

Em Sucupira, Marco Nanini ganhou fama, palanque eleitoral lotado, um secretário para atender suas ordens e até mesmo um singelo fã-clube formado por senhoras da alta sociedade. Mas toda essa pompa não o fez perder a vontade de voltar logo ao subúrbio carioca para reencontrar Dona Nenê e até mesmo o genro pilantra Agostinho.

Depois de um período intenso na pele do político canastrão Odorico Paraguaçu, tanto nos palcos como nas filmagens do longa O Bem Amado, Nanini admite: não vê a hora de voltar ao seriado A Grande Família, da Globo.

“Estou com saudade do Lineu”, conta o ator, que se recupera de uma gripe “colossal” para se juntar a Marieta Severo e os outros na nona temporada da bem-humorada série, que volta à grade da emissora em abril. Coincidência ou não, também o fiscal sanitário terá seu lado burocrata destacado.

“Na nova temporada, o Lineu está de volta à repartição”, revela o ator. “Todo esse tempo fora ajudou a dar uma arejada. Acho que o Odorico vai me dar uma visão mais divertida do Lineu, que é tão careta.”

O próprio Odorico, que o ator interpretou nos palcos, sofreu transformações na mão do diretor Guel Arraes, que dirige o filme que deve estrear em dezembro nos cinemas do País. “O teatro foi um laboratório. O roteiro é bem diferente da peça. A ideia é situar a elite brasileira, mas não a cidade de Sucupira, que é mostrada como um microcosmo do Brasil, sem uma localização exata”, explica Nanini. Mesmo sem o sotaque, Odorico mantém a pose e a farsa. “Ele não é mais coronel, é mais urbano, próximo dos políticos de hoje”, define Arraes.

Reforçam o elenco do longa O Bem Amado Matheus Nachtergaele, como Dirceu Borboleta, e José Wilker, como Zeca Diabo. Estão no filme ainda as cajazeiras Zezé Polessa, Drica Moraes e Andréa Beltrão, agora como “peruas grã-finas”. No total, foram 14 dias filmando em Alagoas, e 22 no Rio, de muito suor. “O calor foi um capítulo à parte, infernal”, lembra Nanini, que agora vive a expectativa da estreia. O filme teve orçamento de R$ 10 milhões.

O diretor Guel Arraes, filho de Miguel Arraes (três vezes governador de Pernambuco, morto em 2005), usou seus conhecimentos da política nacional nas gravações. Dono de sucessos de bilheteria como O Auto da Compadecida e Lisbela e o Prisioneiro, ele não se intimida. “Temos ambições grandes. Acho que o tema tem vocação, sim, ainda mais pelo jeito bem-humorado”, analisa o diretor.

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