Thalma de Freitas nasceu no Rio, cresceu em São Paulo e atualmente faz o papel de Baiana, em Bang Bang. ?Tenho certeza de que me chamaram porque sei fazer sotaque muito bem?, gaba-se. A personagem é a única brasileira numa novela recheada de ?gringos? e é a terceira vez que a atriz interpreta uma moça nascida na ?boa terra? – as outras foram a Marilda, de Dona Flor e Seus Dois Maridos, e a Zilma, de Laços de Família.
E foi justamente no período em que se dedicou à minissérie inspirada na obra de Jorge Amado, em 1998, que ela pegou o sotaque. Afinal, gravou durante três meses na Bahia… ?Voltei a ponto de fazer fonoaudiologia, porque as pessoas perguntavam se eu era baiana mesmo?, relembra.
Quando foi convidada para fazer a novela de Mário Prata, a atriz não teve dúvida em interpretar ?uma típica baiana arretada?. O processo de ?incorporação?, diverte-se Thalma, já começa nos bastidores, quando ela veste o figurino e brinca com as camareiras. No decorrer da novela, a atriz promete mostrar as muitas facetas da personagem, que é uma mulher cheia de charme e mistério. O maior deles, acredita, é sua origem, que ela sempre disfarça dizendo que é uma longa história. ?Estou doida para descobrir quem ela é, de onde veio e, principalmente, como foi parar naquele lugar?, indaga-se.
Fazendo rir
Em sua primeira experiência assumidamente cômica na tevê, Thalma não chegou a se espantar com a sua capacidade de fazer rir. Desde sempre, ela se considera uma pessoa brincalhona, daquelas que imitam pessoas e sotaques. ?Não sei como não me chamaram para fazer comédia antes?, queixa-se, em tom jocoso.
Na tevê, ela estreou em 1996, quando interpretou a empregada Dolores em Vira-Lata. O convite, lembra ela, partiu do diretor Jorge Fernando. Na época, Thalma participava de musicais ao lado de Cláudia Raia. Muito antes disso, porém, já cantava na noite paulistana. O dom de cantar, aliás, é herança de família: Thalma é filha do maestro Laércio de Freitas. ?Não sei o que deu errado. Achava que ia ser cantora porque todo mundo lá em casa canta bem?, brinca.
Paralelamente à carreira de atriz, Thalma de Freitas sempre se arrisca nos palcos. ?Na verdade, não dá muito para comparar. É como escolher entre dois filhos?, compara.
Desde cedo, ela foi incentivada pelo pai para ingressar na carreira musical. E, enquanto pôde, a forçou a estudar letra e melodia. Além de seus eventuais shows, Thalma também faz parte do Orquestra Imperial, grupo que existe há três anos e que sempre recebe convidados em suas apresentações – em geral, figuras da velha guarda do samba carioca. ?Recentemente, não pude viajar com o grupo para os Estados Unidos porque estava começando a gravar a novela. Fiquei com pena, mas sei que essa não será a primeira e única vez?, acredita.
Graças à visibilidade alcançada na tevê, a ?atriz-cantora? – que chegou a lançar um CD em 2004 – admite que encontra uma certa facilidade para divulgar seu trabalho. Nos shows que faz, interpreta aquele que pode ser considerado um dos trunfos de seu repertório, a música Cordeiro de Nanã, que embalou as cenas entre Maria do Carmo e Isabel, personagens de Susana Vieira e Carolina Dieckmann em ?Senhora do Destino?.
À vontade no palco, Thalma sempre se vê cercada de pessoas que sempre acompanharam a sua carreira, o que torna o clima do show o mais descontraído possível. ?Se a gente erra, logo pára e começa de novo. Já aconteceu, por exemplo, de eu pedir desculpas por ter esquecido a letra da música?, confessa, encabulada.