Mancioli abre sua casa-estúdio para 1ª Parahaus em SP

No embalo da 29.ª Bienal de São Paulo, o artista plástico Maurizio Mancioli abre ao público hoje sua casa-estúdio no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, para a 1ª Parahaus, mostra de arte contemporânea com trabalhos de fotografia, pintura, escultura, serigrafia e objetos. “As obras são incorporadas como se fossem parte da casa”, diz o artista Jurandy Valença, curador informal da exposição e um dos autores que expõem na mostra. A coletiva apresenta ainda uma performance subaquática inédita da artista multimídia Helena Eflerova, natural da República Tcheca e radicada em Londres, chamada “O Drama do Feto”.

O eixo temático da exposição, explica Valença, é a memória, com trabalhos abordando especialmente questões ligadas à casa e à família. Exemplo disso são as fotografias de Flávia Sammarone produzidas na casa dos avós dela, onde fotografias antigas da artista com familiares foram projetadas nas paredes e então retratadas. Já Sidney Amaral traz escultoras de bronze em forma de chuveiro, chinelo e toalha, entre outras peças, e também a série de quadros “Pinturas Íntimas”, nunca antes exibida.

Além de Mancioli, Valença, Flávia e Amaral, os outros artistas cujos trabalhos compõe a exposição são Cris Bierrenbach, Nazareno, Paulo Ferreira, Renato de Cara e Gilberto Tomé. Cartazes em serigrafia feitos por Tomé – com imagens da cidade de São Paulo impressas dos dois lados – podem ser folheados como cadernos pelos visitantes. No lado de fora do estúdio, há um painel maior realizado com a mesma técnica, mostrando a reprodução da fachada do Cine Cairo, de uma antiga fábrica da Mooca e da Estrada da Lágrima, no Sacomã, entre outras imagens que foram tiradas na época da implantação da Lei Cidade Limpa, em 2007.

Performance subaquática – Uma espécie de aquário cilíndrico, o acquabox, criado por Mancioli para unir arte, design e terapia para relaxamento e apresentado na Casa Cor 2009, serve de suporte para a artista tcheca Helena Eflerova realizar sua performance simbolizando a jornada do desenvolvimento do ser humano em seu estágio pré-natal.

Simulando movimentos que indicam o crescimento do feto, como o surgimento de braços e dedos, e até mesmo alguns espasmos bruscos, a artista pretende mostrar o limite entre beleza e traumas que uma criança pode sofrer durante a gestação. Uma iluminação vermelha por dentro do acquabox completa o tom intimista que Helena pretende transmitir com a coreografia, que será apresentada até o domingo, dia 10. “Algumas pessoas podem chorar, outras rir”, diz. A apresentação será registrada em foto e vídeo para futuras mostras e livro. Os organizadores da exposição já planejam futuras edições, sempre em casas, duas vezes por ano e ligadas a eventos culturais que estiverem acontecendo no momento.

1ª Parahaus – Mostra de Arte Contemporânea – De 5 a 25 de outubro. Local: Studio Maurizio Mancioli (Rua Caminha de Amorim, 532). Tel: (11) 3801-8732. Terça a sexta-feira, das 14h às 21h; sábados e domingos, das 14 h às 19 h. Performances: dos dias 5 a 8 (terça a sexta) às 19h30; dias 9 e 10 (sábado e domingo) às 16 horas.

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