Reunindo de vassouras a biquínis, a mostra ‘Design Brasileiro Hoje: Fronteiras’, que será inaugurada nesta terça-feira (7) para convidados e amanhã para o público no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, faz um recorte dos trabalhos assinados por 95 designers, entre os consagrados e novas apostas. De um percurso do ano 2000 para cá, o design brasileiro vive agora o seu melhor momento, como afirma Adélia Borges, curadora especializada na área há longa data.
“Nos anos 80, havia um olhar de desdém quanto à produção brasileira, vista mais como cópia do que se fazia lá fora. Hoje, há admiração e interesse e o design brasileiro está entre as bolas da vez”, continua ainda Adélia, que preparou uma exposição incomum e abrangente, uma “leitura transversal” e não um panorama dos melhores produtos criados em solo nacional. A exposição reúne desde a vassoura Noviça, “a mais vendida no Brasil”, criada em 2003 por Liane Schames Kreitchmann/ Equipe Bettanin, os uniformes para as Olimpíadas de Pequim (Oestudio) até uma cadeira desenhada pelo consagrado Sergio Bernardes ou as Melissas assinadas pelos irmãos Campana.
Deslocam-se para o museu produtos os mais diversos (quase todos eles disponíveis em lojas) – do mobiliário, da área editorial, tipográfica, adornos, vestuário -, numa iniciativa que joga luz aos artifícios, às estratégias, à criatividade da produção nacional de qualidade e expandida para além do eixo Rio-São Paulo-Belo Horizonte.
A relação do design com as artes plásticas pode ser vista nos biquínis criados por Amir Slama e inspirados em pinturas de Gonçalo Ivo. Já a tão cara questão da sustentabilidade aparece na obra de Fred Gelli, que criou convites usando como suporte, simplesmente, folhas de árvore; nos adornos de Mana Bernardes, criados com materiais como pets, bolas de gude, redinhas de embalagens de feiras – “joia é a capacidade de transformação do ser humano, não somente algo de ouro”, como já disse a designer carioca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.