“Malu de Bicicleta” chega amanhã aos cinemas

Uma história de amor. Uma história de ciúme. Uma mulher misteriosa. A paranoia de um homem apaixonado. É difícil pensar nesses quatro pilares e não lembrar logo do clássico “Dom Casmurro”, de Machado de Assis. Com uma destreza que dispensa apresentações, o escritor criou uma das dúvidas mais terríveis e controversas da história da literatura brasileira: Capitu traiu ou não Bentinho? O filme “Malu de Bicicleta”, que entra amanhã em circuito nacional, não tem a intenção de recriar a prosa machadiana na grande tela, mas, sim, adaptar o livro homônimo do escritor e autor Marcelo Rubens Paiva, que, aliás, também assina o roteiro – João Avelino e Bruno Mazzeo são colaboradores. De uma maneira singela, o longa também se baseia nesses mesmos quatro pilares.

O projeto começou em 2007, quando o ator Marcelo Serrado encenava a peça “No Retrovisor”, escrita pelo amigo Rubens Paiva, de quem recebeu um exemplar do livro “Malu de Bicicleta”, lançado três anos antes. “Eu me identifico muito com a escrita dele”, diz o ator. “E tinha o desejo de trabalhar com o Flávio (Ramos Tambellini, diretor e produtor), que é meu amigo há milênios”. O primeiro roteiro ficou, então, a cargo de Bruno Mazzeo e João Avelino. Tambellini sentiu a necessidade de procurar o autor do livro que dera origem ao roteiro. “Eu havia lido e pensado: ‘Isso dá um bom filme'”, conta o diretor. “Usamos algumas coisas, mas acabamos mudando muito. O tratamento foi todo do Marcelo (Rubens Paiva)”, completou.

Trabalhar com uma adaptação de livros para o cinema não é uma novidade para o diretor de 58 anos. Este é o seu terceiro longa-metragem, a terceira versão de um livro para as telonas – sua estreia foi em 2001, com a adaptação de “Bufo & Spallanzani”, de Rubem Fonseca, e em 2007, foi a vez de “O Passageiro”, “Segredos de Adulto”, de Cesário Mello Franco. Usar uma obra já pronta traz algumas facilidades. Todo o enredo, por exemplo, já está montado. “A dificuldade está em se colocar dentro de uma história pronta”, destaca.

Filmado em 2009 e finalizado no ano seguinte, “Malu de Bicicleta” teve um orçamento baixo, de R$ 1,3 milhão – “Nosso Lar”, o campeão brasileiro dos gastos, precisou de R$ 20 milhões para ser rodado. No elenco, o ator Marcelo Serrado é Luis, um mulherengo que é atropelado – literalmente – pelo amor da sua vida, Malu, vivida por Fernanda de Freitas. Marjorie Estiano faz o papel de Sueli, a amiga da moça que dá nome ao filme e tem um papel importantíssimo na história. O longa conta, ainda, com a presença de Marcos Cesana (o ator faleceu no ano passado) como um segurança da boate dirigida pelo personagem de Marcelo Serrado.

Gravado no Rio e em São Paulo, o filme conta a história de amor entre o paulistano Luis e da carioca Malu. A atriz Fernanda de Freitas, que é de São Paulo, precisou aprender a representar como se tivesse nascido no Rio de Janeiro. Já Marcelo Serrado, carioca, precisou atuar como paulista. Perguntados se Malu de Bicicleta era uma história sobre ciúme ou de amor, Marcelo Serrado, Fernanda de Freitas e Flávio Tambellini responderam a mesma coisa: é um filme sobre ambos. “É uma história de amor e ciúme. Uma comédia romântica e um pouco ácida”, definiu Marcelo Serrado. As informações são do Jornal da Tarde.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna