Mais um filme brasileiro estréia hoje nos cinemas

Ofuscado pela superprodução Carandiru, outro bom filme brasileiro estréia hoje nos cinemas: O Príncipe, de Ugo Giorgetti, que entre outros tem o mérito de resgatar o galã Eduardo Tornaghi, astro de novelas como Dancin’ Days e A Moreninha. O filme vai na contramão da pirotecnia de Babenco, ao explorar um tema aparentemente banal, como a volta ao lar e a amizade. E talvez esse seja o seu grande trunfo.

Tornaghi interpreta Gustavo, um intelectual de meia idade que há mais de vinte anos vive em Paris, e de repente volta ao Brasil em virtude da doença da mãe. Em São Paulo, procura a mulher que amou – agora uma executiva bem-sucedida (Bruna Lombardi) e um amigo que se tornou um ardiloso homem de negócios (Ewerton de Castro), e se dá conta de que, passados tantos anos, a amizade continua a mesma. Essa alegria contrasta com a doença da mãe e a situação do sobrinho (Ricardo Blat), que está prestes a ser internado em um sanatório.

“O filme é sobre a amizade, daquele tipo que você fica vinte anos sem ver a pessoa, e quando reencontra parece que não passou um dia”, resume Eduardo Tornaghi, que conversou com O Estado na semana passada, antes da pré-estréia do filme. “Por isso o Ugo optou por convidar atores que o público não via há muito tempo, como eu, a Nydia Licia (que faz a mãe do protagonista) e até a Bruna Lombardi, que andava afastada do cinema. Assim o espectador fica com essa sensação, “puxa, há quanto tempo eu não te via, que saudades!'”.

Alvo dos maiores suspiros das mocinhas nos anos 70, atualmente Eduardo Tornaghi vivia com aproximadamente 500 reais por mês, sem emprego fixo e andando a pé e de ônibus. Trabalha como voluntário na favela Santa Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, dando aulas de interpretação a menores carentes e ensinando noções de higiene a professoras de uma creche comunitária.

O último grande papel na TV foi em O Todo Poderoso, em 1980, na Bandeirantes. Depois disso fez pequenas participações no Caso Verdade e no Você Decide, ambos da Globo. Em seguida, submergiu. Não por falta de convites, mas por uma opção pelo voluntariado. “Ganhei muito dinheiro como ator, mas queria trabalhar no movimento popular”, justifica.

Ele encara com muita serenidade essa volta aos holofotes: “Não acredito que signifique um retorno à grande mídia. Posso ser mais lembrado, talvez surjam alguns convites, mas esses lugares na mídia são muito disputados. E uma vez conquistados, você tem que lutar muito para permanecer em evidência. A TV se alimenta do espetacular, e o meu trabalho é muito pouco espetacular. A única mágica é participar do Big Brother Brasil e posar nu, e isso eu não estou disposto”. (LP)

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