Jorge Rodrigues Jorge/Cartaz
Luiza Tomé: ?Uma obra que se encaixa em qualquer canal…?.

Quando recebeu a sinopse de Luz do Sol, da Record, Luiza Tomé percebeu que ela e Stella, sua personagem na novela de Ana Maria Moretzsohn, teriam várias características em comum. Entre elas, sua determinação ao correr atrás das suas realizações e procurar ao máximo manter o bem-estar de sua família.

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Afinal, foi exatamente isso que a levou para a emissora. Na época em que recebeu o convite para assinar um contrato longo, pretendia fugir da ponte-aérea, já que gravaria Cidadão brasileiro em São Paulo, onde mora. Mas seus planos foram por água abaixo. Agora, em sua segunda novela na Record, a atriz não se mostra nada feliz com suas idas e vindas para a capital fluminense. ?Tinha esperança de que isso não fosse acontecer, mas depois disseram que aquela era a última obra produzida lá?, lembra, contrariada. Perto da reta final da trama e disposta a evitar viagens constantes, Luiza já cogita tirar do papel um antigo projeto para a televisão: produzir uma ?sitcom?. Nem que para isso tenha de tentar espaço em uma outra emissora. ?Trata-se de um programa que se encaixa em qualquer canal. Como profissional, tenho que correr atrás dos campos de trabalho que tenho?, afirma.

P – Qual é a grande diferença entre a Stella de Luz do Sol e as outras personagens de sua carreira?

R – Esse é um detalhe engraçado porque a maternidade entrou na minha vida relativamente tarde e acho que estou vivendo uma fase assim na tevê também. A Estela é uma mãe que, mesmo na época em que nem tinha certeza de que a filha estava viva, não perdia a esperança de encontrá-la.

P – Em Cidadão brasileiro, sua personagem também tinha problemas com a filha. Por que agora é tão diferente?

R – Apesar de ser uma história de época, em Cidadão brasileiro eu fazia uma mãe que se apaixonava pelo mesmo homem que a filha. E ele era bem mais novo. Agora estou trabalhando em cima de um conflito que não envolve questões de sensualidade, carnais. Desta vez é muito mais denso, estamos falando de uma criança que sumiu ainda pequena e volta adulta. São várias emoções misturadas em uma mesma mulher. Tem o desespero da procura, a alegria ao encontrar a menina, o sofrimento na hora de tentar ser aceita… Estou muito feliz com esse trabalho.

P – Você mora em São Paulo e quando assinou contrato longo com a Record disse que o fato da emissora gravar lá tinha sido decisivo. A mudança dos estúdios para o Rio causou arrependimento?

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R – Isso foi muito triste. Não vou mentir, tinha esperança de que a emissora mantivesse um núcleo de teledramaturgia em São Paulo. É ruim, porque fico longe dos meus filhos, morrendo de saudades deles. Não gosto nem de falar nessas coisas, me bate uma sensação ruim. O que acontece é que, quando tenho um tempo livre, viajo direto e nem pego nos textos da novela. Já tive a oportunidade de tentar uma outra área e trabalhar perto de casa, mas não achei que seria o momento. Estou esperando para ver o que acontece.

P – Qual foi essa oportunidade?

R – Tenho um projeto de um programa para a tevê, uma ?sitcom?. Não sei se foi por isso, mas o SBT chegou a me convidar para ser apresentadora. Até ficaria empolgada, mas a proposta deles era um programa diário, matinal. Desses que a gente vê aos montes na tevê aberta. Acabei assinando com a Record para a novela, me identifiquei mais. Estou esperando o momento certo para colocar em prática os meus planos e, quem sabe, ter uma rotina mais tranqüila.

P – Quando você assinou com a Record, chegou a mencionar esses planos para a emissora?

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R – Sempre deixo isso no ar, mas acho que ainda não está na hora de trabalhar em cima. A Record tem um excelente espaço para esse tipo de programação e pode render algo bacana. Mas se não der aqui, não tem problema. É um formato que se encaixaria bem em qualquer emissora do País, aberta ou paga. Como profissional, tenho de correr atrás dos campos de trabalho que eu tenho.