Nesta segunda-feira, em cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, foram anunciados os grandes vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura 2009, concedido pelo Governo do Estado de São Paulo.
Trata-se do melhor incentivo das letras nacionais, pagando R$ 200 mil como prêmio. Ronaldo Correia de Brito, autor de Galiléia (Objetiva), venceu na categoria melhor livro do ano, e Altair Martins, venceu com A parede no escuro (Record), na categoria melhor livro do ano de autor estreante.
“Finalmente, um Ronaldo conseguiu ganhar dinheiro no Brasil sem precisar jogar futebol”, brincou o escritor Ronaldo Correia de Brito. O anúncio dos escritores premiados foi feito pelo Governador do Estado de São Paulo, José Serra, e pelo Secretário de Estado da Cultura, João Sayad.
“Em maio, reunimos 8 mil pessoas e dezenas de escritores no Festival da Mantiqueira, quando anunciamos os finalistas do Prêmio. A partir daí, foi realizada uma série de encontros gratuitos com esses autores, com o objetivo de inserir a literatura no dia-a-dia do público.
O sucesso foi grande, dando visibilidade aos livros e escritores concorrentes ao Prêmio e atraindo o público para o universo da literatura”, diz André Sturm, coordenador do Prêmio São Paulo de Literatura.
O vencedor Ronaldo Correia de Brito estava tranquilo ao receber o Prêmio de melhor livro do ano: “O que eu tinha de fazer, eu já tinha feito me dedicando ao livro. Minha alma estava serena”, disse o cearense radicado em Recife.
Para o estreante Altair Martins, do Rio Grande do Sul, o Prêmio São Paulo de Literatura significa a chance de conquistar visibilidade com seu primeiro romance. “Eu não esperava vencer o Prêmio, mas queria muito ser reconhecido por este trabalho. Foram sete anos de dedicação”.
Altair, de 34 anos, é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e foi durante a preparação de sua tese de mestrado que ele escreveu A parede no escuro.
“Eu comecei a rascunhar o romance mas não estava satisfeito, quando decidi continuar com a sua escrita ao mesmo tempo em que estudava o esfarelamento do narrador do romance contemporâneo”. A experiência foi tão produtiva que Martins pretende repetir a dose e preparar o próximo livro, agora de contos, ao mesmo tempo que faz pesquisa acadêmica.
Martins e Correia de Brito abraçaram-se efusivamente após o nome de cada um ser anunciado vencedor, derrubando concorrentes de grande porte como José Saramago, Milton Hatoum, João Gilberto Noll, Moacyr Scliar e Silviano Santiago.
O escritor Cristóvão Tezza, vencedor da primeira edição do Prêmio com o livro O filho eterno, integrou o júri final. “O livro de Ronaldo Correia de Brito revela alta competência literária, investigando tematicamente a culpa e as voltas do acaso. Já o estreante Altair Martins apresenta um romance forte ao contrapor a corrosão do olhar urbano aos mitos do sertão, retomando algumas das questões centrais da literatura moderna e contemporânea”, disse Tezza.
Também fizeram parte do júri final o crítico literário Luis Antonio Giron, a professora Walnice Nogueira Galvão, o livreiro Aldo Bocchini e o leitor Claudiney Ferreira. O conselho curador foi formado por Antonio Dimas, Beth Brait, Julio Pimentel, Manuel da Costa Pinto, Marino Lobello.
