Tony Castellamare (Gabriel Braga Nunes), o protagonista de Poder Paralelo, novela que a Record põe no ar na terça-feira (14), às 22h30, está metido até os cabelos (agora alisados) com a máfia siciliana. Dentro de alguns capítulos, o telespectador passará a suspeitar de que ele talvez seja agente do Departamento Antidrogas Americano, o DEA, infiltrado no narcotráfico.

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O delegado Telônio Meira (Tuca Andrada), da Polícia Federal, que investiga Tony, logo assume a condição de investigado – qualquer semelhança com o delegado real Protógenes Queiroz não é mera coincidência.

O autor Lauro César Muniz crava assim que ninguém, nem aparentes mocinhos nem rotulados bandidos, é hoje crível se não apresentar o mínimo de ambiguidade, de contradições, de defeitos que enfim o aproxime do bicho homem. “Um bom personagem tem de ter contradições, dúvidas, angústia. É por isso que os heróis faliram. Até o Batman, nesse último filme, mostra suas fraquezas”, argumenta.

Para ele, a falta de interesse que o público vem mostrando por novelas, de modo geral, tem tudo a ver com o estereótipo fracassado de mocinhas e heróis. “Há uma saturação. O público começou a desmistificar os heróis, até seus políticos foram pegos de calças curtas. E a informação, que hoje é muito forte, vinda de todos os lados, permite às pessoas formar conceitos menos maniqueístas”, completa.

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Vendetta

Poder Paralelo tem como base o livro Honra ou Vendetta, que Silvio Lancellotti escreveu há 18 anos, a partir das velhas tradições da máfia siciliana e dos conflitos gerados com a máfia do narcotráfico. Aos personagens originais, Muniz acrescentou outros, principalmente femininos, essenciais em folhetins, porém relegados a segundo plano em enredos de máfia.

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