Maestro do espetáculo Tangos & tragédias lança CD

Quem conhece Nico Nicolaiewsky, o maestro Pletezkaya do Tangos & tragédias, vai se surpreender com o novo disco do compositor. Em Onde está o amor, Nico revela um lado romântico que pouca gente conhecia. Em doze músicas no melhor estilo Roberto Carlos, dos bons tempos, ele questiona e ao mesmo tempo tenta responder aonde está o amor.

A escritora Clara Averbuck afirma que foi ouvir o CD pensando que era um disco de amor e cometeu um erro. ?Dói aqui, ó. Cada uma dessas músicas foi um golpe desferido contra meu pobre coração desarmado diante de tanta beleza, tanta melancolia, tanta tristeza?, diz ela.

Nico Nicolaiewsky

O pianista, acordeonista, cantor e compositor Nico Nicolaiewsky, nasceu Nelson Nicolaiewsky em Porto Alegre, no dia 9 de junho de 1957. Em 1964, já estudava piano, o que faria pelos catorze anos seguintes, só parando para fundar o Musical Saracura. A banda seria a mais popular e influente do Rio Grande do Sul na virada dos anos 70s para os 80s. Gravaram um único LP – nunca relançado em CD -, e apontaram caminhos que a música brasileira só iria trilhar mais de dez anos depois: partir de uma ótica rock para se aproximar do material regional. Na sua formação, entre outros, esteve o futuro baterista dos Papas na Língua, Fernando Pezão.

O grupo acabou em 1984, quando a dupla Kleiton & Kledir tinha acabado de ganhar disco de ouro e o rock gaúcho efervescia, prestes a tornar conhecidas nacionalmente bandas como Replicantes, TNT, DeFalla e Engenheiros do Hawaii. É nesse cenário que estréia muito timidamente Tangos & tragédias, espetáculo que não podia ser mais oposto à estética do momento, de baterias eletrônicas, teclados e guitarras. Ninguém jamais apostaria que aquele show acústico, em duo de violino e acordeon, seria o maior fenômeno da história do showbizz gaúcho (e um dos maiores do Brasil).

Nico e Hique Gómez interpretam desde então os personagens maestro Pletezkaya e Kraunus Sang, vindos da Sbornia, uma ilha flutuante que navega pelos mares do mundo. De temporadas lotadas no Canecão até uma recente turnê com ingressos esgotados por várias cidades portuguesas, o Tangos segue cada vez mais vivo, aos 23 anos de vida.

Paralelo a isso, Nico morou durante dez anos no Rio, onde estudou com o maestro e compositor Hans-Joachim Kõellreuter. De volta ao Rio Grande do Sul (e mesmo antes), lançou discos e espetáculos que foram sucesso de público e crítica, e escreveu muita música para cinema e teatro, sob encomenda dos diretores Aderbal Freite Filho, Domingos de Oliveira, Liliana Sulzbach e Zé Pedro Goulart.

E então os discos. O primeiro, Nico Nicolaiewsky, é de 96: recheado de valsas, intimista e melancólico, foi finalista do prêmio Sharp. Em 2002, As sete caras da verdade: uma ópera-cômica em CD duplo com libreto em forma de história em quadrinhos.

Este que está lançando agora, Onde está o amor, é, portanto, seu terceiro disco solo. E também seu trabalho mais pop, produzido por John Ulhõa, velho parceiro do Pato Fu, banda com quem Nico vinha trabalhando há tempos em discos e shows.

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