Mãe de UTI, escrito em momento de dor

São Paulo (AE) – A dor de Joan Didion é semelhante na intensidade a de outras pessoas, que também utilizaram a literatura para lidar com a perda. É o caso de Maria Julia Miele, terapeuta corporal que estava grávida de sete meses quando recebeu a notícia: a menina que estava esperando tinha um problema no coração. Os meses seguintes foram marcados por uma dor intensa, pessoal, só compartilhada por mães que assim sofreram. Maria Julia, porém, decidiu passar esse sofrimento para o papel e, enquanto enfrentou longos períodos no hospital, as cirurgias, as melhoras e recaídas, arquivou no computador sua história de amor e da luta da pequena Sofia para sobreviver. O relato emocionado resultou no livro Mãe de UTI – Amor incondicional (Terceiro Nome, 176 páginas, R$ 31), lançado em 2004. ?Virou livro por acaso. Um dia, quando Sofia já tinha falecido, minha mãe abriu e começou a ler. Ela me convenceu a torná-lo público, pois ajudaria outras mães nessa situação??, conta, no livro. ?Doía tanto falar. A saída que encontrei foi pôr para fora. Escrevendo, em silêncio, parecia que a dor era menor.?? Ela ainda fundou a ONG Gahmpi (Grupo de Apoio Humano a Mães e Pais Intensivistas) para ajudar famílias em situação semelhante a enfrentar o problema. ?Quem passa por isso cria um pouco de casca. Começa a valorizar muito as coisas boas da vida e a minimizar as ruins.??

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