O quinteto português Madredeus se apresenta pela primeira vez em Curitiba, no Estação Embratel Convention, amanhã. Autores tradicionais no sentido do estudo clássico da música, e modernos pela obra original, o Madredeus se tornou o principal conjunto musical português ainda nos anos 90s. Esta é a nona vinda ao Brasil. Após o show de amanhã, o quinteto toca em Porto Alegre, dia 6, e São Paulo, dia 8 de dezembro.
New age, worl music, popular, incomparáveis a qualquer outro grupo musical não importa o gênero comercial, como os próprios portugueses definem, sua música é tradicional no sentido que a escrevem com a mesma liberdade que a música popular é escrita. ?Há 20 anos, quando a idéia de criar uma escola de música tomou forma, já tínhamos em mente o uso de instrumentos variados com a mesma liberdade das canções antigas?, conta o líder do grupo, Pedro Ayres Magalhães (violão clássico). Admirador da música brasileira, o grupo ainda conta com Teresa Salgueiro (voz), José Peixoto (violão clássico), Carlos Maria Trindade (sintetizadores) e Fernando Júdice (baixo acústico).
Durante a turnê, o grupo apresenta as canções dos últimos álbuns: Um amor infinito e Faluas do Tejo (o álbum soa como uma declaração de amor a Lisboa). Entre as músicas estão Ó luz da alegria, Moro em Lisboa, O cantador da noite, O olival, Reflexos de ouro, Suave tristeza, Um amor infinito e Junto a ti. Segundo Pedro Ayres, Amor infinito é o 5.º show totalmente inédito montado pelo Madredeus, com mais de 70 apresentações realizadas. ?Quando vamos fazer uma série de espetáculos montamos uma variação de repertório extensa e o repetimos umas 200 vezes. Por isso, os últimos shows são sempre melhores que os primeiros. Uma coisa importante é nunca repetir a cidade. Só voltamos se for para apresentar algo novo ao público?, conta. Assim funciona o grupo, desde então, já percorreram 26 países e gravaram 14 CDs.
Segundo Pedro Ayres, no início o Madredeus tinha vontade de fazer uma escola de canções com a música popular centrada na poesia e acompanhada por violão. Com o arquétipo de um conjunto de música de câmara, começaram a tocar em lugares diferentes para os padrões europeus. Apresentações em praças, castelos e outros lugares se seguiram até sua música ser reconhecida entre os portugueses. ?Os teatros ainda estavam abandonados devido a Revolução; a produção do show não podia ser cara, então tomamos as ruas como palco e nos tornamos independentes desde então?, diz.
Para Pedro Ayres, a música brasileira exerceu uma grande influência, sobretudo a bossa nova. ?Não costumo citar nomes, mas as canções de Tom Jobim são tão doces, como poesias da saudade. E posso afirmar com segurança que são ouvidas no mundo inteiro.? Segundo ele, a música brasileira tem muito a ver com a portuguesa, salvo as modificações pelas diferenças idiomáticas de cada região. ?No Brasil existe um grande amor pela música, belas letras, canções, arranjos, dramaturgia, o País é muito rico nesse sentido, parece piada, não é??, fala, lembrando das dificuldades sociais e econômicas.
Serviço:
Show com o Madredeus no Estação Embratel Convention Center, amanhã, às 21h. Ingressos a R$ 150 (Setor A), R$ 100 (Setor B) e R$ 80 (Setor C). Mais informações pelo telefone (41) 2101-9611.