Os lançamentos musicais da última semana foram marcados pela volta de Madonna com seu 14º disco de estúdio, Madame X, que faz um passeio por diferentes influências temáticas e sonoras ao longo do seu trabalho. Mas, no Brasil, o pop também trouxe novidades com os novos álbums de Clarice Falcão (Tem Conserto) e Luísa Sonza (Pandora), cada uma com sua própria estética e espaço no horizonte da nova geração.

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Enquanto isso, Gaby Amarantos investe nas suas origens para lançar duas músicas inéditas repletas de referências ao Pará e Daniela Mercury se une à esposa, Malu Mercury, para uma canção de amor bem a tempo de comemorar o Mês do Orgulho LGBT. O pessoal dos Pin Ups também marca seu retorno após um hiato de 20 anos e Bruce Springsteen mostra todo o seu delírio pelo oeste norte-americano.

Madonna – ‘Madame X’

O 14º disco de estúdio da Rainha do Pop mostra uma faceta vulnerável de Madonna que ela raramente apresenta, ao mesmo tempo em que entrega faixas prontas para as pistas de dança. Para isso, ela colabora com nomes que vão de Quavo e Diplo ao tempero latino de Maluma e Anitta. Dentre os temas de Madame X, uma veia política tão pulsante quanto a apresentada em American Life (2003), indo do controle de armas nos EUA aos conflitos no Oriente Médio.

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A parceria com a brasileira em Faz Gostoso, uma das raras ocasiões em que Madonna topa dividir os vocais com outra artista feminina, ganhou destaque da crítica internacional e já fez barulho por aqui, sendo o assunto mais comentado das redes sociais na madrugada da última sexta, 14. O funk é um dos três momentos do disco, além de Killers Who Are Partying e Crazy, em que ela se aventura pela língua portuguesa, traço dos últimos dois anos vividos em Lisboa.

Bruce Springsteen – ‘Western Stars’

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Seguindo sua autobiografia ‘Born to Run’, Bruce Springsteen lança seu 19º álbum de estúdio, com 16 faixas inéditas. O trabalho é uma homenagem a uma era passada do pop e, simultaneamente, um retorno à fascinação de Springsteen pelo oeste americano.

Pin Ups – ‘Long Time No See’

O Pin Ups, grupo de indie do ABC paulista, passou 20 anos sem um trabalho de inéditas, mas termina o hiato com ‘Long Time No See’, que ganha show de lançamento no Sesc Pompeia neste sábado, 15. Guiado pelas guitarras, o álbum foi descrito pelo próprio vocalista Alê Briganti como “o melhor da banda”, em entrevista ao Estado.

Clarice Falcão – ‘Tem Conserto’

Três anos depois do divertido e agitado Problema Meu, Clarice Falcão lança seu terceiro disco, Tem Conserto. O álbum traz as letras irônicas e trocadilhos espertos pelos quais Clarice ficou conhecida, mas, aqui, ela se aventura mais na produção eletrônica e arrisca incursões no vaporwave, no trance e na PC Music, usando até ferramentas como simulador de voz para deixar claro que está com vontade de transar, como o faz no refrão em loop de Dia D, que lembra o trabalho de Ga31.

Tem Conserto foi inteiramente produzido por Lucas de Paiva e traz momentos que parecem leves, como CDJ, mas que ouvidos mais atentos vão reconhecer relatos sobre depressão, ansiedade, solidão e inércia, mascarados pela diversão das batidas. Como dizem por aí, são músicas para ‘dançar chorando’ ou ‘chorar dançando’.

O que Clarice quer dizer aparece claramente em faixas como Morrer Tanto ou Esvaziou, mas o disco inteiro traz uma unidade sonora que marca não só uma nova fase musical para a artista, mas também um trabalho que a diferencia de outros nomes da geração atual.

Luísa Sonza – ‘Pandora’

O primeiro disco de Luísa Sonza já chega apoiado por hits como Boa Menina e Devagarinho, que têm se tornado onipresentes em qualquer festa ou playlist de pop desde o final do ano passado. Inspirada na tragédia de Pandora (a caixa que guardaria todas as tragédias humanas e a chegada da mulher ao mundo) e em Michael Jackson (a capa do LP é uma releitura à moda brasileira de Dangerous, lançado em 1991), o LP traz oito faixas.

Nelas, Luísa explora suas identidades, mantendo o pop como elemento central. Garupa, parceria com Pabllo Vittar produzida por Rodrigo Gorky, é a aposta mais óbvia para as pistas de dança, com refrão fácil, pegajoso e uma guitarra de base que remete ao imediatismo de Bootylicious, das Destiny’s Child (que, por sua vez, já é uma releitura de Edge of Seventeen, da carreira solo de Stevie Nicks) .

O restante do trabalho tem produção pelos dedos dos Hitmakes, dupla de André Vieira e Wallace Vianna, e Ruxell, que assina o momento mais vulnerável do disco com Eliane, homenagem à mãe de Luísa. Claro, ainda há espaço para o pop, fundido ora com o R&B (principalmente em Bomba Relógio, com Vitão) ora na mistura já clássica com o funk que Anitta fez estourar no início da década (Fazendo Assim, com Gaab, e Pior que posso imaginar).

Daniela Mercury e Malu Mercury – ‘Duas Leoas’

Com letra de Marcelo Quintanalha, Daniela Mercury divide os vocais com a esposa, Malu Mercury, em uma declaração de amor delicada e romântica até a última nota. O lançamento é uma homenagem ao mês do Orgulho LGBT e é ilustrado por momentos de intimidade e alegria da família Mercury.

Gaby Amarantos – ‘Ilha do Marajó’ e ‘Cachaça de Jambu’

Gaby Amarantos volta à cena musical com dois mergulhos arretados na cultura do Pará, presente na produção, nos clipes, figurinos e letras. Ilha do Marajó mescla o carimbó do lendário Mestre Verequete com as batidas eletrônicas do DJ Waldo Squash. O resultado é um tecnobrega que traz o melhor da marca de Gaby. Cachaça de Jambu, que também traz também com Waldo, ainda tem participação de Maderito e refrão irresistível com teclado eletrônico.