Há oito anos, quando Gwendoline Christie ficou sabendo da vaga para interpretar Brienne de Tarth em Game of Thrones, ela realmente lutou pela personagem. “Era o papel pelo qual esperei por toda a minha vida”, disse ela em Londres, na coletiva de imprensa da última temporada da série. Ela falou sobre como a personagem mudou a percepção de si mesma – e um pouco do que podemos esperar este ano.

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O que você pensou quando leu que Brienne não era uma princesa nem uma prostituta ou outro padrão de personagem mulher, mas uma guerreira?

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Fiquei encantada. Eu perguntava aos agentes se existiam papéis que não eram nenhuma dessas coisas e a resposta era “não”. Fiquei entusiasmada pela oportunidade de explorar esse tipo de personagem e descobrir algo por mim mesma. Havia semelhanças entre a personagem e eu, e isso foi assustador, mas também emocionante porque sabia que essa chance era raríssima. É difícil lutar por 10 horas seguidas. A beleza de Game of Thrones é que as lutas são narrativas, cada gesto conta uma história. É um potencial enorme. Foram meses de treinamentos, esportes, lutas de espadas. Mesmo cortar meu cabelo foi algo gigante, porque era a máscara com que eu me escondia, que disfarçava as imperfeições do meu rosto, que alterava a proporção do meu corpo. Ajudava a me tornar feminina. E isso foi tirado de mim. Foi uma grande evolução pessoal encontrar a minha força, não mais me esconder e entender quem eu era.

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Há uma cena tocante de Arya (Maisie Williams) e Brienne na sétima temporada, com as duas treinando e indo até o limite de suas capacidades. Você acha representativo de como as mulheres são mostradas na série?

A cena não era uma luta, era um teste dos limites da capacidade de cada uma. Amo que foi uma relação que nasceu do respeito mútuo. Brienne sempre sentiu uma proteção em relação a Sansa (Sophie Turner) e Arya, mas também existe a ideia de que essas duas mulheres estão fora das normas da sociedade. É diferente fazer uma cena daquela. É um processo intelectual, mais do que físico e emocional. É na maior parte sobre descobrir uma a outra, e a emoção emerge daquilo. No fim, você vê o respeito brilhar na face de Brienne, espero. É importante ver isso numa série de TV mainstream.

Brienne teve ligações viscerais com alguns personagens durante a série, e uma relação de humor com Tormund (Kristofer Hivju). Por quem ela pode se sentir atraída neste ano?

Daenerys (Emilia Clarke). É para onde meus pensamentos vão. É uma mulher extraordinária que decidiu ser líder e exibiu coragem em suas convicções, isso é muito atraente.

E Tormund?

É louco, porque aquele momento (um olhar de Tormund para Brienne que virou sensação entre fãs) nunca esteve no roteiro. O que estava era “Tormund olha para Brienne”. Kristofer tinha ensaiado essa coisa por dias e no momento foi muito engraçado. Ele transforma o momento apenas com o olhar e basicamente rouba o foco de Brienne na cena (risos). Ele tem uma energia tão extraordinária que você também quer brincar. Foi natural responder de um jeito meio ríspido. Não podia acreditar que eles estavam permitindo aquilo. E aí a coisa se torna um meme.