Lulina faz show do novo álbum ‘Pantim’ em São Paulo

Do escapismo dos vinte anos ao realismo dos trinta. É assim que Lulina volta em “Pantim”, disco lançado em setembro por sites de streaming e que ela apresenta nesta sexta-feira, 22, no Sesc Belenzinho. O álbum chega quatro anos depois da sua estreia com “Cristalina”, de 2009, e deixa boa parte do mundo fantástico do disco anterior. As minhocas e margaridas que habitavam a lulilândia foram substituídos por avisos – “respeite o aviso da placa que diz: não alimente as inseguranças” (“Respeite”) – e indiretas – “a felicidade deixou um recado: disse que estava muito ocupada e um abraço” (“Amizades”).

“Todo mundo com quem converso diz que o Pantim está mais triste. Só estou dizendo o que está acontecendo”, diz Lulina. Explica-se: em “Cristalina”, muitas das músicas foram compostas na fase recém-saída da adolescência, em que a opção mais fácil parecia a fuga dos “problemas de adulto”. Agora, ela conta ter mantido a mesma temática, mas de forma mais realista.

Fora “Faxina no Juízo”, “Imperador Buccini” e “Areia”, todas as músicas de “Pantim” são inéditas. “Faxina” traz o bom humor característico de Lulina: ela diz que precisar fazer uma limpa no juízo porque sua cabeça “é um lixo” e pode acumular e endoidá-la.

“Sexo é Maquiagem” é uma das faixas que mais mostra o peso da banda, que tem Léo Monstro (piano e voz), Missionário José (baixo), André Édipo e Habacuque Lima (guitarra), e Pedro Falcão (bateria). O grupo assina, com Lulina, a produção do disco – mais cru e intenso que o anterior. Para o show, haverá ainda participações de Hurso Ambrifi (baixo e voz), e Pedro Penna (guitarra e voz).

Outro destaque é “Prometeu sem Cadeado”, cantada em um dueto mais do que franco: “Meu amor, eu prometo, vou te fazer infeliz / pode ser já no começo ou só lá pelo fim / é uma parte do amor assumir que vai ter dor / nunca é fácil, vamos admitir”.

É claro o acento pernambucano no trabalho de Lulina, seja pelo sotaque cantado ou por expressões como a do título do disco – pantim é a palavra usada no Nordeste para tudo que envolva furdúncio, bagunça. O destaque, porém, recai mais no pessoal do que no regional: desde os 15 anos compondo, ela conta que começou a fazer músicas porque cansou do repertório das revistinhas de cifras em que aprendia violão. Quando já estava em São Paulo, entre 2006 e 2007, viveu um período difícil com vários acontecimentos ruins, como a morte da sua avó. Para fazer com que o ano ruim passasse mais rápido, inventava: chamava os amigos e fazia festas de réveillon, com espumante e tudo, e começava um novo ano (sempre com irreverência – tanto que “Bosta Nova”, de “Cristalina”, critica justamente o culto às esperanças depositadas na festa de ano novo). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

LULINA

Sesc Belenzinho – Comedoria (Rua Padre Adelino, 1.000, tel. 2076-9700). Sexta, às 21h30. R$ 5/ R$ 25.

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