Luiza Curvo deixa a menina e vira mulher em Sabor da Paixão

Luiza Curvo é o que se pode chamar de uma “jovem veterana” da TV. Tudo começou aos oito anos, quando fez meiga Aninha de Sonho Meu, da Globo. Agora, após quase uma década, Luiza Curvo encara a primeira personagem que explora mais as suas características adultas do que as de adolescente.

Como a sonhadora Kátia de Sabor da Paixão, a atriz carioca, dona de expressivos olhos azuis e um corpo esguio, chama a atenção por ter deixado para trás a imagem de “menininha”, explorada em novelas como Era Uma Vez e O Amor Está no Ar. “Fiquei um tempo longe das novelas porque não encontrava personagem. Meu corpo indicava que eu havia crescido, mas meu rosto continuava de bebê”, reconhece a atriz de 17 anos.

A última novela inteira que Luiza fez foi Era Uma Vez…, escrita por Walther Negrão e exibida pela Globo em 1998. Ela vivia Glorinha, umas das filhas do protagonista interpretado por Herson Capri. Com 13 anos na época, a atriz lembra com carinho da personagem. “Foi excelente porque tive uma aproximação grande com o público infantil”, recorda.

Luiza afirma, no entanto, que o papel mais importante até agora foi em Porto dos Milagres, ano passado. Cecília, que apareceu apenas na primeira fase da novela, se enforcava após sofrer um estupro do personagem de Reginaldo Faria. “Foi a cena mais difícil e marcante para mim como atriz. E fizemos numa locação na Bahia, sem o conforto do ar-condicionado dos estúdios da Globo”, lembra.

Antes de surgir o teste para Sabor da Paixão, Luiza resolveu experimentar o teatro. Ela participou das peças Cenas de Uma Execução e Frisson. “Aproveitei que não surgiam convites para novela e decidi me testar numa peça. Foi excelente. Me deu mais maturidade como atriz”, acredita. Luiza frisa que o teatro não tem a mesma rigidez da televisão quanto à aparência física dos atores e isto possibilita interpretar uma gama bem maior de personagens. “Você coloca uma maquiagem e uma peruca e pode fazer o papel de um velhinho ou de uma criança sem ter de se preocupar com a idade”, pondera.

Por isso, Luiza confessa que ficou feliz ao saber que iria viver uma personagem na televisão que também tinha a sua idade e sofria com dramas mais voltados para o cotidiano adulto. Mas, apesar de ter a mesma faixa etária, a atriz ressalta que Kátia tem objetivos bem diferentes dos dela. A personagem, que é filha do natureba vivido por Daniel Dantas, só quer saber de virar modelo e sumir do bairro da Lapa onde vive com a família. “Ela quer morar na Zona Sul e não come frituras porque quer manter o corpo sarado. A Kátia está na contramão da maioria dos personagens da novela”, compara.

Para compor a personagem, no entanto, Luiza garante que não se inspirou em ninguém em especial. Como a personagem oscila momentos de futilidade e amadurecimento, a atriz afirma que tentou buscar em sua própria personalidade as características necessárias para o papel. “Nós temos várias facetas. Guardamos dentro da gente o vilão e o mocinho e fui descobrir isso dentro de mim”, revela. Mas, pelo menos em uma característica, Luiza tem certeza que não tem nada a ver com a personagem de Sabor da Paixão: a dedicação aos estudos. Enquanto Kátia não quer saber dos livros, Luiza cursa o primeiro semestre de Cinema na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. O detalhe é que ela passou em primeiro lugar para o curso. “Sempre fui estudiosa”, gaba-se.

Luiza também garante que sempre teve uma alimentação saudável, mas por motivos bem diferentes dos da sua personagem. Enquanto Kátia adere a produtos naturais para cuidar da estética, a atriz se preocupa mesmo é com a saúde. “Meu pai é médico-nutricionista e, desde pequena, me ensinou a importância de se comer frutas e legumes”, afirma a atriz, filha de João Curvo, autor de livros como A Arte de Se Cuidar. Chegando perto da maioridade e de se tornar definitivamente em um “mulherão”, Luiza avisa logo que não pretende fazer as costumeiras fotos sensuais para sites e, muito menos, posar nua para revistas masculinas. “A minha missão como atriz não é esta. Quero é emocionar as pessoas interpretando personagens”, enfatiza.