O artista plástico cascavelense Luiz Carlos Brugnera expõe suas obras a partir do dia 14 de novembro no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. Dividida em dois momentos técnicos, a exposição reúne obras bidimensionais e tridimensionais, sendo elas desenhos em grafite sobre MDF e metal, e esculturas em metal oxidado/convertido, mais um objeto e uma instalação de parede.
O artista apresenta uma coletânea de obras tendo como temática artística a mitologia escandinava, dando também à sala de exposição uma preparo especial para receber as obras. ?Os visitantes entrarão pelo Corredor das Almas, onde encontrarão 17 obras na técnica grafite sobre MDF e verniz automotivo, nomeadas Almas. A sala onde estarão as demais obras será pintada em preto-fosco, com iluminação vertical focada em cada obra. Este cuidado permite à exposição remeter-se ao trato agressivo dado às obras e ao sentido monocromático de época escandinava?, diz, lembrando que músicas da banda Therion serão usadas como som ambiente.
Esta é a primeira vez que Brugnera expõe individualmente no MON e considera a experiência inovadora. ?Cerca de 60% das obras são inéditas, algumas ainda em fase de finalização técnica, tais como os metais que anteriormente foram expostos oxidados e agora serão vistos convertidos, o que modifica a tonalidade do objeto e até mesmo sua temática artística?, explica ele.
Obras futuras
Brugnera explica que o tema usado nesta exposição possui uma representação oportuna para suas obras futuras. ?Este é meu primeiro projeto que ao encontro ao que pretendo fazer nos próximos 20 anos. Trata-se da criação de motos potentes e agressivas, que personificam deuses mitológicos que a cultura nórdica não teve a premissa de retratar em imagens, apenas através de descrições. Trarei, pela primeira vez na história, imagens para cerca de 180 deuses onde cada um será uma moto?, comenta. A obra Moto Ragnarök que está sendo exposta é a primeira da série.
De acordo com o artista, as obras tituladas Almas, Nornas, Ragnarök, Lasca, Barriga, Ouro de Tolo, Ilustração, Varais Micros, Varais Macros, Blindagem e Moto Ragnarök trazem como proposta uma visão muito mais sinistra, impactante e realista do imaginário místico. ?Tento representar este universo como se ele realmente tivesse existido e busco descaracterizar seus personagens da imagem infantil que geralmente possuem, o que enfraquece a realidade imaginária das pessoas?, relata Brugnera, destacando seu gosto pelo sinistro provocado pelos pensamentos de uma época distante que está somente no imaginário.
Elevado ao nível de Duchamp e Picasso por críticos renomados, Brugnera adquiriu status expondo nos mais representativos museus do Brasil, além de diversos países como na Argentina, Paraguai, Espanha, França e Portugal. Segundo o secretário da Cultura, Julio Cesar Fernandes, a exibição das obras do artista remete a uma oportunidade também para a cidade. ?Brugnera é conhecido nacionalmente e leva consigo o nome de Cascavel, abrindo oportunidades de inserção artística do Município?, avalia o secretário.