‘Lugar Incomum’ mostra vida de brasileiros no Japão

Mesmo com o fuso horário invertido e as placas em um idioma desconhecido, o maior desafio de Didi Wagner ao gravar o Lugar Incomum no Japão foi mostrar que brasileiros podem ser pontuais. “A equipe de produção local estava apavorada com a nossa chegada. Atrasar é a ofensa máxima. Rolava uma certa pressão do tipo ‘vocês são brasileiros, não sabem nada’. Eles são treinados para terem uma conduta com valores centrados. Ficam rígidos e literais”, conta a apresentadora, que mostrará o passeio a partir desta sexta-feira, 23, às 21h30, no Multishow.

Na leva de episódios rodados em Tóquio, Didi entrevista um brasileiro da primeira divisão de sumô, vai a uma casa noturna para assistir a um estranho show de performances de dança e música com voz de robô e tem a missão de comprar ramen, macarrão oriental, em uma máquina com letreiros apenas em japonês. Na última tarefa, ela teve a ajuda do humorista Paulo Gustavo, que, por acaso, estava de férias naquele país em fevereiro, quando a equipe do programa viajou. “Se você falar português com muita propriedade, eles entendem”, diz o humorista no primeiro episódio. Em uma das cenas, os dois se esforçam para se comunicar com o atendente de um bar em inglês, mas só conseguem com a ajuda de um integrante da equipe que fala o idioma local.

Com passagens por Paris, Berlin, Roma, Istambul e Nova York, onde o Lugar Incomum começou, Didi revela que é difícil ter tempo livre nos destinos. “A gente chega a cada cidade sentindo que vai para a guerra. São 12 horas por dia e nada pode dar errado. Gravamos em quatro ou cinco lugares por dia. Eu como perto de onde gravamos. Em Tóquio, janto no hotel, pois chego cansada. E só comprei os presentes no free shop.”

Didi teve dificuldade para lidar com as 12 horas de diferença em relação ao horário do Brasil, depois de mais de 24 horas em aviões. “Fiquei abalada com o fuso. Por uns dias, acordava às 3 h querendo correr uma maratona. Até sugeri gravarmos algo para quem chega de viagem e não consegue dormir, mas não quiseram”, relembra.

A comunicação sem tradutores tampouco foi fácil. “Inglês não rola e a mímica atrapalha, pois os gestos lá são diferentes. O smartphone é que ajuda”, ensina Didi Wagner, tensa quando o mapa do celular mostrou o endereço da farmácia com ideogramas incompreensíveis.

A apresentadora diz ter ficado bem impressionada com o comportamento dos japoneses, que a cumprimentavam na rua sem que ela fizesse esforço. “Quando gravei em Los Angeles, as pessoas viravam a cara. Fiquei emocionada como os japoneses foram receptivos. Quis morar lá, tive um surto de amor efusivo. É um povo respeitoso.”

Em agosto, ela viajará para um destino ainda não definido. “Gostaria de ir para Portugal, pois já fomos aos países europeus mais badalados. Tenho vontade de conhecer os países escandinavos, mas tenho medo de que sejam assépticos, civilizados demais. A gente precisa de uma coisa caótica.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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