Há doze anos na Globo, Luciano Huck faz uma mistura de quadros, personagens e histórias no Caldeirão. Ele reina absoluto nas tardes de sábado. Dosa bom humor com emoção e foge dos estereótipos comuns dos apresentadores. Não posa de galã, adora exibir a “patroa” (como chama a esposa, Angélica) e se orgulha da família que tem com ela. Com esse jeito família conseguiu se tornar uma das figuras mais queridas do público, dos anunciantes e das agências de publicidade. Ele tem 4 milhões de seguidores no Twitter e 3,5 milhões no Facebook. Uma audiência que enche os olhos dos anunciantes.

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Garoto-propaganda de diversas marcas, Huck vem ancorando novos formatos de merchandising e procurando derrubar o muro que separa o comercial do conteúdo. Numa entrevista ao portal Meio e Mensagem ele abordou o assunto e disse que se sente fazendo política.

Patrocinador traz Tyson

“O departamento comercial da TV Globo tem uma relação tão estreita com a produção do nosso programa que, sem isso, eu não faria o Caldeirão. A gente conseguiu criar formatos de trabalho que não ferem os princípios da TV Globo e que, ao mesmo tempo, conservem uma total independência da produção em relação à comercialização. Acho que estamos trilhando um novo caminho, no que diz respeito ao merchandising.”

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A prova foi a participação de Mike Tyson, semana passada. O boxeador foi entrevistado em Las Vegas e hoje estará no Caldeirão do Hulk de terno branco, gravata borboleta e chapéu para interpretar um dos clássicos da música brasileira, “Garota de Ipanema”. Tudo patrocinado.

Novos formatos

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Huck não acredita na queda de audiência da TV. Pelo contrário, até. Diz que nunca se assistiu tanta televisão e nunca se ouviu tanta música. Segundo ele o que está acontecendo é uma segmentação e que vai se intensificar nos próximos dez anos. “Em médio prazo, a TV Aberta se fortalecerá muito nos programas ao vivo, nas transmissões esportivas, enfim, nas atrações que, se a pessoa não participar naquele exato momento, ela perde. Já os conteúdos de dramaturgia, entretenimento, serão programados para ser vistos na hora que a pessoa quiser. Será uma mudança da forma de consumo de conteúdo, mas sem deixar de consumi-lo”.

ONG própria

O Criar nasceu há nove anos, a partir de uma vontade pessoal de contribuir com o mercado audiovisual, gerando empregos para os jovens que pretendem atuar nos bastidores das produções, detrás das câmeras. Hoje, estamos na oitava turma já formamos 1,5 mil jovens, conseguindo empregar 82% deles, com salário médio de R$ 1 mil. Mas, apesar de ser uma ONG, eu trato o Criar com uma gestão 100% profissional: não tenho voluntários ali, pois, como trabalho com dinheiro de terceiros, preciso ter resultados claros. As ONGs, hoje, são as maiores incubadoras de políticas públicas, com muitos trabalhos bacanas e muita gente séria.