Mais que uma expressão da moda, o termo alta costura é protegido por lei. Para serem designadas como tal, as roupas devem ser feitas obrigatoriamente na França por uma marca aprovada pela Câmara Sindical da Alta Costura do país. Entre outras exigências, a grife precisa ter um ateliê em Paris, confeccionar trajes sob medida e apresentar duas coleções por ano.

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A exclusividade e a preservação de técnicas artesanais de corte e costura têm um preço alto e, por isso, há um grupo seleto de consumidores desse tipo de roupa hoje no mundo. Uma delas, a jornalista, editora e colecionadora norte-americana Christine Suppes, de 62 anos, decidiu mostrar toda a sua coleção no livro “Electric Fashion”, com lançamento marcado para esta segunda-feira, 11, no museu Victoria and Albert, em Londres.

A publicação se destaca pela riqueza e diversidade de estilos e passeia pelos universos das mais tradicionais casas, como Yves Saint Laurent, Dior, Balenciaga e Chanel, além de revelar, e registrar, um “período da moda que desapareceu para sempre, quando as roupas eram realmente bem feitas”, conforme afirma a colecionadora à reportagem.

Christine possui mais de 200 peças de alta costura adquiridas ao longo dos últimos 30 anos. Um precioso acervo fashion colecionado sob um olhar de amor pela moda e sua história. Em 1990, ela criou aquele que seria um dos primeiros endereços virtuais especializados em moda, o Fashionlines, quando a internet ainda engatinhava e os sites especializados eram raridades.

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Agora, sua contribuição para o universo da moda continua com a obra que chega com status de livro de arte por seu valor histórico e conceitual. “Espero ajudar as universidades a reunirem boas coleções”, afirma a jornalista.

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“Tive a ideia para o livro há anos. Pretendia contar a história de como comecei meu site, mas depois que encontrei (o fotógrafo) Frederic Aranda, em 2009, ele me convenceu a mostrar minhas roupas e até a me tornar a modelo para o livro.”

As fotos da publicação se dividem em dois cenários: ora são feitas dentro de um estúdio, onde é possível ver as peças em manequins ressaltando suas formas perfeitas, ora registradas em capitais da moda no mundo, em que Christine posa com as peças.

Herança

O interesse pela alta costura foi herdado de mãe pra filha. Mas, diferentemente da mãe, que produzia desfiles de moda beneficentes, Christine preferiu ter todas aqueles vestidos impecáveis que via pelas passarelas e vitrine.

“O primeiro desfile de alta costura a que assisti foi de Christian Dior em Versailles, no interior da França, e a primeira peça do meu acervo foi uma do estilista francês Christian Lacroix: um peignoir de chifon e renda cor de pêssego sobre um vestido de coquetel bordado bege.” De tão nobres, as roupas precisam de cuidados especiais.

Christine guarda todas suas peças em uma sala antimofo climatizada e a coleção é examinada mensalmente. “A alta costura significa que a transmissão do preciso talento de um ateliê pode continuar. É um laboratório. Sem ela, definitivamente não podemos realmente ter moda”, diz Christine. O livro “Electric Fashion” tem previsão de chegada no Brasil em 26 de maio, e o preço deverá ser de R$ 424. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.