“Avatar”, de James Cameron, vai ter continuação. O diretor já garantiu. Dessa forma, o filme trilha o mesmo caminho já feito por outros clássicos, como “Jornada nas Estrelas”, “Guerra nas Estrelas” e “O Senhor dos Anéis”, em que o interesse pelo longa transcende o simples fato de assisti-lo nas telonas. São filmes que possuem seu universo particular, cultuado pelos fãs, que aprendem, por exemplo, as línguas criadas especialmente para as histórias, a fauna e flora específicas, se vestem como os personagens. Como “Avatar” trata de uma história completamente nova, entender esse universo requer estudo mais aprofundado. Pensando nisso, o próprio James Cameron, em parceria com os jornalistas Dirk Mathison e Maria Wilhelm, lançou o livro “Os Relatórios Confidenciais do Mundo de Pandora”, um guia repleto de detalhes curiosos sobre esse mundo novo.
A obra é um prato cheio para os fãs ávidos por mais explicações. Afinal, por que o metal unobtanium é tão importante? Como é possível as Montanhas Aleluia flutuarem? Que animais habitam Pandora? Quais são os costumes do povo Na’vi? Perguntas como essas são respondidas no livro, que traz, ainda, diversas imagens ilustrativas em alta resolução. Para justificar tantas explicações, logo nas primeiras páginas, é informado que este é um livro de pesquisas científicas ultra confidencial contrabandeado de Pandora para revelar e conscientizar os humanos das maravilhas do local.
Segundo o livro, o unobtanium é um metal só encontrado em Pandora que tem propriedade supercondutora a altas temperaturas e capaz de atrair ou repelir campos magnéticos, vital para os geradores de energia da Terra e para as naves espaciais, daí o seu alto valor de mercado: 40 milhões de dólares por quilo. Já as Montanhas Aleluia só conseguem flutuar devido ao campo gravitacional único de Pandora. Elas são como imãs gigantes, sendo repelidas do solo e por isso ficam em grande altitudes. Há, ainda, nas últimas páginas, um minidicionário de Na’vi com as principais palavras usadas pelos seres azuis do longa.
O mais curioso deste guia, no entanto, são as fichas explicativas sobre os animais e as plantas de Pandora, além de um pequeno manual com os costumes do povo Na’vi. Há fichas, por exemplo do Thanator, conhecido por Palulukan (na língua local), que é parecido com uma pantera, talvez o maior predador terrestre de Pandora. Ou do Grande Leonopteryx, chamado também como Toruk (última sombra), o maior predador aéreo.
O livro detalha, inclusive, coisas que não aparecem no filme, como a forma como são feitos os brinquedos das crianças ou que tipo de instrumentos musicais o povo Na’vi utiliza. Ricamente ilustrada, a obra traz gráficos e imagens comparativas com objetos conhecidos pelos humanos para nos dar a real dimensão do tamanho das coisas em Pandora. Para quem gostou do longa e ficou com aquele gostinho de quero mais, o livro funciona como uma boa amostra do que James Cameron ainda poderá produzir sobre esse admirável mundo novo.