Paris – Autor de best sellers em todo o mundo, o escritor brasileiro Paulo Coelho disse ontem que seu último romance, O Zahir foi banido no Irã, com cerca de mil cópias confiscadas esta semana na Feira Anual do Livro de Teerã.
?O livro foi proibido, mesmo após nós termos passado pelos procedimentos normais para conseguir uma permissão para que fosse publicado?, disse Coelho em uma mensagem de e-mail enviada à AFP por sua editora francesa, a Flammarion.
?Agora, meu editor iraniano, Arash Hejazi, expressou sérias preocupações sobre a sua segurança?, disse Coelho. Hejazi disse a Coelho que agentes da inteligência iraniana foram à Feira do Livro de Teerã na segunda-feira, perguntando a ele quantas cópias de O Zahir tinha no estoque. Cerca de duas mil cópias do livro já foram vendidas, mas mil sobraram. Os agentes confiscaram as cópias remanescentes e informaram a Hejazi que o livro de Coelho havia sido banido no Irã, sem dar qualquer explicação. Hejazi foi convidado a se apresentar às autoridades iranianas nos próximos dias para discutir a questão.
?Eu perguntei a eles se o livro estaria totalmente proibido ou somente durante a feira. Eles me disseram que não fizesse mais perguntas?, escreveu Hejazi a Coelho, segundo o e-mail da editora francesa.
?Estou preocupado com a minha família. As eleições presidenciais estão próximas, eles estão fazendo de tudo para manter as coisas sob controle?, acrescentou o editor iraniano, afirmando que o Ministério da Cultura ?se tornou extremamente temeroso diante da crescente popularidade de Paulo Coelho?.
O Zahir conta a história de um autor abandonado pela esposa, que se torna obcecado pela necessidade de compreender porque ela desapareceu, sem deixar rastros. Coelho explicou que a palavra ?zahir? em árabe significa ?visível, presente e impossível de não ser notado. No romance, o termo se refere à obsessão do autor.? O livro foi traduzido para 42 idiomas e será vendido em 83 países.