Livro conta o elo entre Renato Russo e Brasília

No livro recém-lançado O Filho da Revolução, o jornalista Carlos Marcelo conta o elo entre Renato Russo e sua Brasília, dos 13 aos 26 anos. Longe de ser só “mais uma biografia” sobre o Legião Urbana, a obra de 416 páginas traz fatos e fotos inéditos. “Tenho uma relação tranquila com a família Manfredini”, fala Marcelo, que conseguiu acesso ao apartamento de Renato no Rio, em 2007. “Resgatei muita coisa de lá. Manuscritos, letras de canções, documentos inéditos e fotos do seu passado em Brasília”, conta.

Foram mais de 100 entrevistas, não limitadas a nomes do rock nacional. Para contextualizar a trajetória de Renato Russo à capital nacional, Marcelo conta a história de Brasília por meio de pessoas que estiveram ligadas ao cantor, como o ex-senador mineiro Francelino Pereira, autor da frase “que país é este?”. “Você acredita que o Dinho (Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial) sempre pensou que a frase tinha sido escrita pelo próprio Renato? E ele canta quase toda noite essa música”, lembra Marcelo.

Dessa época juvenil, Marcelo traz as diversas facetas do líder da Legião. Renato subiu ao palco pela primeira vez como ator, interpretando um texto do dramaturgo Tom Stoppard. Ainda antes de ser roqueiro, Renato foi professor de inglês, jornalista e locutor de rádio de um programa de jazz. Em Brasília, o autor descobriu os processos de censura para canções como Faroeste Caboclo e Baader- Meihof Blues. “Achei também uma fita do Renato com o André Pretorius (guitarrista da primeira banda do cantor, o Aborto Elétrico, que acabou se suicidando), cantando cover de punks.”

Em seu prólogo, o escritor passa pelos anos subsequentes de Renato no Rio de Janeiro até sua morte, em outubro de 1996. “Seus últimos manuscritos são uma tentativa de voltar a ter uma relação com Brasília, o que deu mais força ao meu livro. Minha primeira ideia foi a de fazer um álbum fotográfico, contando a história de Brasília pelos olhos do Renato, mas ficou inviável pelo custo. Não forcei a barra em ligar ele à cidade. Tudo tem muito fundamento.”

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