A primeira estátua do Rio foi a de d. Pedro I, inaugurada com grande festa em 1862 por d. Pedro II na então Praça da Constituição, no centro. O historiador José Murilo de Carvalho aponta que a evocação pública e monumental da imagem de d. Pedro I promovida pelo governo na ocasião tinha como objetivo calar o culto à memória de Tiradentes, símbolo do movimento republicano. Três décadas depois, no início da República, a praça recebeu o nome de Tiradentes. Mas a figura do imperador montado em seu cavalo de bronze continuou lá.
Essa é uma das histórias lembradas pela museóloga Mariana Varzea no livro “Arte Ambiente Cidade”, da Editora Uiti, que será lançado na terça-feira. Ela e o arquiteto Roberto Ainbinder catalogaram 570 obras criadas a partir do século 18. Mariana afirma que o Rio, reconhecido pela beleza natural, abriga a maior coleção de arte pública do País.
Espalhado por praças, ruas e jardins, esse acervo monumental, muitas vezes esquecido e abandonado, ganhou um inventário feito por Mariana e Ainbinder. O livro é baseado na dissertação de mestrado da museóloga, que garimpou informações sobre autor, material, data de inauguração, localização e contexto histórico das obras. A publicação, que estampa na capa uma escultura de Roberto Burle Marx, é recheado com fotos – 60 monumentos são destacados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.