A Orquestra Tabajara é um caso raro de longevidade na música brasileira. Na ativa desde 1933, o maestro Severino Araújo e um time de músicos de primeira continuam animando bailes, festas, noites de gala e de muita diversão – principalmente no Rio de Janeiro, onde se apresentam em várias unidades do Sesc e até na famosa casa de shows Circo Voador.
O escritor Carlos Coraúcci aceitou o desafio de recontar a saga da orquestra em livro. “Não fosse a Tabajara, a música brasileira não teria se modernizado. Tem integrantes seus em todos os discos importantes do Brasil. É só olhar nas fichas técnicas de alguns álbuns do Chico Buarque, da Elza Soares e outros”, diz Coraúcci.
O livro começa com a história do maestro Araújo. Relata sua infância em Limoeiro, no Recife – ainda no tempo em que cortava cana e ajudava na fabricação de cachaça.
O autor percorre desde o tempo das apresentações em coretos até o período pós-revolução dos anos 30 para mostrar a criação da Tabajara e a formação de músicos extraordinários (que, é claro, foram se sucedendo ao longo de tanto tempo de estrada). “Todos os ritmos da música brasileira estão presentes na vida da Tabajara. Acho que o auge foi na década de 50, durante os anos dourados.”
Atualmente, a orquestra é formada por 22 músicos, que se apresentam de 10 a 15 vezes por mês. No auge, a turma do maestro Araújo fazia cerca de 34 shows por mês, de tarde e nas madrugadas.
“Hoje, o mercado mudou muito. A logística para a orquestra tocar fora do Rio é difícil e cara, mas onde a Tabajara vai, a lotação é certa”, diz Coraúcci. As informações são do Jornal da Tarde.