Não é de agora que a adaptação de obras clássicas da literatura para outras linguagens vem se manifestando. O cinema e o teatro há muito procuram resgatar, cada um a seu modo, as maravilhas que povoam as páginas de uma grande obra literária.
Foi pensando em apresentar uma forma diferente de releitura, que a Escala Educacional colocou no mercado editorial a coleção Literatura Brasileira em Quadrinhos, que reúne obras – em geral contos – de grandes nomes como Machado de Assis, Lima Barreto, Antônio de Alcântara Machado, Manuel Antônio de Almeida, entre outros. O cortiço e Memórias de um sargento de milícias são adaptados para a linguagem dos quadrinhos.
O cortiço
O personagem principal da obra de Aluísio Azevedo não é de carne e osso. Nem mesmo João Romão, o português bronco e ambicioso que explora até a última gota de sangue a escrava trabalhadeira Bertoleza… A negra também não serve de heroína, nem a sensual Rita Baiana. A vida contada no livro é a do próprio cortiço, personagem de um mundo sem leis, valores e morais.
Memórias de um sargento de milícias
Leonardo Pataca gostou do que viu e pisou no pé de Maria da Hortaliça. Ela devolveu o agrado com um beliscão. Esse foi o início do namoro dos dois portugueses que vinham de navio ao Brasil. Logo, já nas praias do Rio de Janeiro, nasce o herói do único romance de Manuel Antônio de Almeida: Leonardo, o primeiro malandro da literatura brasileira, o sargento de milícias, capaz de se safar ao caminhar na borda entre o lícito e o ilícito, o certo e o errado.