A voz até sugere um crooner, daqueles curtidos nos clubes enfumaçados de jazz e blues. O som, no entanto, está anos-luz distante da limpidez de um piano, baixo e bateria. Jamie Lidell é um homem-máquina. Produtor de mão cheia, seu estímulo é explorar texturas que justifiquem a pulsão a todo instante, como mostra no recém-lançado Jamie Lidell. O branquelo inglês, ícone de uma vanguarda eletrônica aflorada em Berlim, nunca se deixou enganar: seu farol está em Prince. É de toda aquela miscelânea pop, com pé firme no R&B, que nascem seus argumentos mais convincentes.
Em outros tempos, caso de Jim (2008), houve até uma guinada para um soul mais puro. Já em Compass (2010), Lidell retomou a veia experimental. O novo, de longe, é mais bem-acabado de sua carreira. É o disco que melhor combina com suas performances eletrizantes no palco. Quem for ao Sónar SP em maio, terá a chance de brindar um artista no auge de sua inventividade.
Jamie Lidell – Warp – Preço: US$ 9,99 (iTunes)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.