Libertines é a sensação da música inglesa

De tempos em tempos, uma banda de rock consegue dosar uma mistura certa de energia, talento, compulsão para a encrenca, juventude e timing perfeito. Esse é o caso da banda inglesa Libertines, que está no seu auge e é chamada pelos conterrâneos de “a melhor coisa que aconteceu na música britânica desde The Clash”.

Na noite de terça, no Webster Hall de Nova York, o show dos Libertines (pronuncia-se Libertines mesmo, e não Libertaines) começaria às 21 horas, mas três horas antes já havia um monte de garotos de cabelos picotados e jeans detonados na fila, esperando para vê-los. Lá dentro, dois dos Libertines receberam jornalistas para um papo, logo após o soundcheck para o concerto. O Webster Hall é a essência do rock indie, com sofãs puídos espalhados por todo lado, órgãos quebrados, decoração meio mofada, cerveja em garrafa e uma acústica incrivelmente perfeita.

O Libertines surgiu da amizade entre os dois frontmen da banda, Carl Barat (guitarra e vocais) e Pete Doherty (guitarra e vocais). Têm apenas dois discos, Up the Brackett (2003) e Libertines (2004). Nestes dois anos, Pete entrou em parafuso por causa do uso descontrolado de drogas, arruinou shows do grupo e, após abandonar uma turnê no meio, invadiu o apartamento de Carl Barat e roubou aparelhos eletrônicos para vender. Foi preso e passou três meses na cadeia.

“Quando nós pensamos em Pete, pensamos não só na amizade que temos com ele, mas também nas coisas ruins que aconteceram. Não dá para esquecer o que ele fez, não dá para fingir que não aconteceu nada”, diz John Hassall, baixista do Libertines.

Para o baixista, The Libertines não é apenas uma banda que tenta soar como grupos, de um determinado período do passado inglês – especialmente The Clash, já que eles têm, em dois discos, a produção de Mick Jones, ex-The Clash. “Creio que incorporamos as lições do melhor rock que se fez não só nos anos 70s, mas também nos anos 80s, nos anos 90s, nos anos 2000”, afirma.

O que tudo isso tem a ver com o Brasil? Bom, The Libertines está chegando. Toca no Tim Festival, no início de novembro. E há um integrante do grupo que tem verdadeira paixão pela música brasileira. “Conheço todos os discos de Sérgio Mendes. Todos aqueles maravilhosos percussionistas, Naná Vasconcelos, Airto Moreira. Estou completamente louco pela oportunidade de conhecer o Brasil. Belo País, belas mulheres. Garotas, estou chegando!”, disse o baterista, Gary, pulmão do grupo e oriundo de uma família de negros de New Jersey.

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