Foi-se o tempo em que só de ver o nome do ator Leonardo Di Caprio já causava repulsa em muitas pessoas. O moço amadureceu bastante e deixou de lado aquele ar arrogante, adquirido nos tempos do insuportável Titanic, e vem demonstrando que não é apenas um rostinho bonito na multidão e que tem talento e sabe atuar, como fez em Prenda-me se for capaz e Os Infiltrados.
A mais nova investida do ex de Gisele Bündchen é o excelente Diamante de sangue, dirigido por Edward Zwick (de O último samurai), onde atua ao lado Djimon Hounsou e da oscarizada Jennier Connelly. Tendo como pano de fundo uma guerra civil que matou milhares de pessoas em Serra Leoa, na África, o longa trata de questões morais e mostra até que ponto uma pessoa é capaz de conquistar algo que lhe é valioso, seja ela correta ou não.
Nesse ambiente conturbado, onde impera a lei do mais forte, temos o encontro inesperado do contrabandista de diamantes Danny Archer (DiCaprio), do humilde pescador (Solomon Vandy) e da repórter norte-americana Maddy Bowen (Connelly). Seus caminhos, totalmente opostos (Archer quer sair da África, Vandy quer achar sua família e Bowen busca a reportagem de sua vida), acabam por se cruzar, em que todos usam todos, mas que no final das contas então acaba sendo uma ajuda mútua, no melhor estilo ?uma mão lava a outra??.
O trio de protagonistas consegue passar a dimensão exata da grandeza de seus personagens. Connelly sempre dispensa comentários, pois faz parte do rol das atrizes que não precisam provar mais nada. DiCaprio e Hounsou, por sua vez, estão fazendo jus aos comentários positivos de seus últimos filmes. Os dois conseguem, além de pular, atirar e brigar, demonstrar que também há seres humanos por de trás da fachada à la ?Charles Bronson?, e que conseguem sensibilizar o especatador quando necessário.
Ainda que indiretamente, Diamante de sangue mostra que há certos valores que nem mesmo dinheiro, ouro ou pedra preciosa alguma é capaz de comprar: o amor à família. E é esse ponto do filme vale cada centavo do ingresso pago.