Lenine_1.jpgHá alguns anos ausentes dos palcos curitibanos, o genial pernambucano Lenine está de volta a capital paranaense com o seu mais recente trabalho In Cité, o sexto disco de carreira, numa única apresentação na próxima sexta-feira, dia 7, às 23 horas, no Curitiba Master Hall. O repertório do show é o mesmo que Lenine mostrou aos franceses, em abril do ano passado, na prestigiosa sala de concertos parisiense Cité de la Musique, e que se transformou no primeiro cd ao vivo de sua carreira e no seu primeiro dvd. Os sucessos de carreira ?Paciência?, ?Jack Soul Brasileiro?, ?Lavadeira do Rio? estarão ao lado de inéditas como ?Do it?, ?Ninguém faz idéia? e "Todas elas juntas num só ser". A abertura do show será feita pelo músico curitibano Alexandre Nero e sua banda Maquinaíma.

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Até abril do ano passado, apenas um brasileiro, Caetano Veloso, havia sido convidado para se apresentar na Cité de la Musique, casa de espetáculos de Paris. Com trabalhos de boa repercussão na Europa, o pernambucano Lenine foi o segundo. Em vez de exibir apenas o melhor de seus – excelentes – cinco discos anteriores, lançou oito canções inéditas e ainda inovou: foi de violão em punho, acompanhado por uma baixista-vocalista cubana, Yusa, e por um percussionista ”argentino-baiano”, Ramiro Musotto ? que no palco do Curitiba Master Hall serão substituídos pelo guitarrista Jr. Tostoi, o baterista Pantico Rocha e o baixista Guila.

A linha condutora do trabalho é a idéia de que o mundo é povoado pelos ”cantautores” – palavra que não existe na língua portuguesa, mas significa compositores que interpretam as próprias canções e, de certa forma, encarnam os trovadores, figuras originárias do século XI, no sul da França. Para Lenine, no repente nordestino, no rap e no hip-hop, no samba de partido alto, assim como no blues americano, na balalaica russa ou na sanfona francesa, há ”ecos dos trovadores”. Eles ”se apropriam da música de sua região para fazer sua versão, sua crônica dos acontecimentos” – como define o artista num belo texto do encarte de Lenine in Cité.

Em 21 anos de carreira, desde que lançou Baque Solto, em 1983, Lenine nunca deixou que o mercado o levasse. Tenta fazer de cada trabalho uma novidade e faz as coisas a sua maneira. Tanto que produz e dirige seus discos e shows por meio de sua produtora, a Mameluco. Lenine in Cité inaugura, inclusive, seu selo próprio, o Casa Nove. ”Faço as coisas para agradar a mim e aos meus. Por sorte, o público também está gostando”, diz. De tudo que compõe hoje, metade vai para outros intérpretes, como Elba Ramalho ou Maria Bethânia, fãs de carteirinha. Mas é na defesa de suas canções e – por que não? – na quentura das apresentações ao vivo que o artista mostra sua faceta mais original. Como o trovador da Idade Média com quem se identifica, na dureza ou na maciez de suas cordas, ele dá seu recado com personalidade. Vale conferir de perto.

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Serviço
Lenine In Cité – Show de lançamento do cd ?In Cité?. Abertura com Alexandre Nero e banda Maquinaíma.
Dia 07 de abril, sexta feira, a partir das 23h.
Curitiba Master Hall (Rua Itajubá, 143- Novo Mundo – 3248-1001)
Os ingressos custam R$80 e R$40 (estudantes, idosos e promocional para quem doar um quilo de alimento não perecível ? Promoção não cumulativa) e estão à venda em todas as Livrarias Curitiba, Disk Ingressos (3315-0808 ) e Curitiba Master Hall ( 3248-1001 ).