Uma das coisas que mais ouço na vida é: “De onde que você gosta destas músicas, piá”. Eu não sei, sinceramente. Meus pais gostam um pouco de tudo e nunca fui daqueles de ficar nos pés dos avós ouvindo as músicas que eles gostavam até moldar o meu próprio gosto musical. Simplesmente gosto de música, sem maiores preconceitos. Este gosto peculiar me levou ao Expo Unimed na última quinta-feira (26) para assistir ao show dos Gypsys Kings.

continua após a publicidade

Da minha própria geração para baixo, quase ninguém sabe que esta turma existe. Na verdade, olhando bem para a cara da turma que foi ao show isso fica bem claro. Costumo ser um dos mais novos em praticamente todos os shows que vou. E para ver os “ciganos/franceses/castelhanos” não foi diferente. Eles nunca tinham vindo a Curitiba e isso só me faz lamentar por um lado, pois poderíamos ter visto o show em outras oportunidades, e ficar feliz por outro. Eles finalmente vieram. E eu fui.

+ APP da Tribuna: as notícias de Curitiba e região e do trio de ferro com muita agilidade e sem pesar na memória do seu celular. Baixe agora e experimente!

Esse texto não é um texto padrão de shows. É um relato de sentimentos. No começo até os mais animados estavam tímidos. O salão, repletos de mesas no melhor estilo baile de formatura, estava repleto de gente contida por fora, mas explodindo por dentro. Nem as primeiras duas músicas mudaram isso, mas quando as palmas típicas dos Gypsys Kings estouraram a introdução de “Djobi djobá”, meus amigos, me arrepia só de lembrar.

continua após a publicidade

Toda aquela vergonha foi embora e muita gente afastou a mesa para poder dançar. Não importa se era um estalar de dedos no melhor estilo tiozão, uma performance digna de típicos dançarinos ciganos ou aquela “tia louca” dançando e batendo palmas fora do ritmo. Era a música tomando conta de todo mundo.

Os maiores sucessos de Nicolas Reyes, Toninho Baliardo e toda a turma foram tocados.

Senhor Nicolas Reyes arrebentou, como era de se esperar. Foto: Divulgação / Caroline Hecke
continua após a publicidade

e um monte de música instrumental, umas mais animadas, outras para ouvir de olhos fechados. Não sei qual foi o setlist (a lista de músicas completa), mas quem se importou? Eu (e todos do salão) ficamos assustados que não tinha rolado um “Volare”, mas no bis eles arrasaram nesta.

Eu fiquei satisfeito como show, mas confesso que tinha uma pontinha de frustração. Não cantaram “Habla Me”, que eu gosto muito, mas estava realmente chateado por eles não terem cantado “A Mi Manera”, versão de “My Way”, famosa na voz de Frank Sinatra. Depois do bis, fizeram novamente a despedida formal e para minha surpresa o senhor Reyes ficou no palco, agradeceu, falou algumas palavras que só uma parte da turma entendeu, quando de repente puxou uma “capela” de “A Mi Manera”.

Foi o melhor desfecho possível para uma noite de primeiros encontros – meu com o Gypsy – e reencontros diários e sempre festivos – meu com as músicas boas. Música… o melhor remédio para quase todas as dores do mundo.

Rua 24 Horas antecipou uma tendência que conquistou o público de Curitiba