Leide Moreira busca patrocínio para lançar livro

“Olê, olé, olá / Lembro da minha infância / Lobisomem já vai te pegar / Havia muita esperança” Esta é a primeira estrofe de “Brincadeira de Criança”, uma das 130 poesias inéditas que serão publicadas no livro “Não Espere de Mim Apenas Poesias”, da poetisa Leide Moreira. Mais do que qualquer outro artista, Leide tem a plena consciência de que sua palavra é uma extensão real de sua vida. Desde 2004, ela trava uma batalha contra a Esclerose Lateral Amiotrófica, doença que causa degeneração dos músculos.

“Não Espere de Mim Apenas Poesias” será seu terceiro livro e, da mesma forma como os outros, foi “escrito” pelo movimento de seus olhos. Nesta semana, o projeto do livro foi aprovado pela Lei Rouanet, com abatimento de 100% do seu valor em Imposto de Renda. Falta agora empresas para patrociná-lo. O projeto está orçado em R$ 147.133 e, além do livro, prevê criação de um site, evento de lançamento com leitura pública, música ao vivo e a presença da autora que, para se locomover precisa de suporte com ambulância com UTI equipada com aparelhos respiratórios.

Com a ajuda de nove colaboradoras – entre cuidadoras, enfermeiras e ajudantes – em sua homecare em sua casa, em São Paulo, além de outros profissionais, consegue se comunicar através de uma tabela visual, por meio da qual os movimentos dos globos oculares são decodificados. A tabela é composta por 6 colunas e 13 linhas que contêm as letras do alfabeto, números e palavras do seu dia-a-dia, como calor, cansada, silêncio e coçar. Incentivada também pelos seus três filhos – Leide, Cesar e Cristiano -, ela passou a usar a tabela também para “escrever” seus poemas.

Leide Jacob Moreira, filha da escritora, explicou, em release de divulgação, a forma como a mãe compõe seus poemas. Segundo ela, primeiro ela compõe o poema em sua cabeça, decora as palavras e depois os “dita”. “Pela janela eu olhei / A noite jogar seu manto / Eu quis chorar e chorei / A noite não viu meu pranto”, escreve, em seu site (www.leidemoreira.com.br), no poema “A minha janela”. “Pela janela eu olhei / A lua surgir radiante / Que maravilha pensei / Queria morrer nesse instante.”

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