Quem não entende o que se passa em “Legion”, baseada nos quadrinhos da Marvel, não precisa se preocupar, porque não está sozinho. “O comentário mais comum que recebo é: não tenho ideia do que está acontecendo, mas estou amando”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o ator Dan Stevens, que interpreta o protagonista David. E pode perder as esperanças, pois a segunda temporada, que acaba de estrear no Fox Premium 2, veio para confundir, não para explicar. “Os novos episódios são mais complexos e profundos”, afirmou o produtor John Cameron. Lauren Schuler Donner, também produtora, acrescentou: “O tempo é quebrado. A narrativa é quebrada. E às vezes vemos de um ponto de vista diferente. E isso faz com que tudo fique mais complicado. A diversão está justamente em tentar entender”. Nesta temporada, além da “realidade”, há as memórias, as memórias falsas, as memórias criadas e também o futuro, segundo Cameron.

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Os próprios atores confessam suas dificuldades em compreender o que se desenrola na série. “Tenho de ler cada roteiro umas cinco vezes. É um misto de tentar compreender com se jogar sem rede de proteção”, disse Aubrey Plaza, que interpreta Lenny. Jean Smart, a dra. Melanie, que tenta ajudar David com sua possível doença mental, já tinha trabalhado com Noah Hawley em “Fargo”. “Você tem de se deixar levar. Porque Noah é tão inteligente, culto, que ele escreve com propósito, não é para efeito. Ele sabe para onde está indo.” Alguns atores elaboraram estratégias para tentar navegar melhor nessa narrativa complexa. Dan Stevens, por exemplo, se pegou lendo mais sobre tratamentos psicodélicos em psiquiatria. Rachel Keller (Syd, o amor de David) tentou dominar o clima surrealista. No set, sempre toca Talking Heads e Pink Floyd.

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Para a equipe, Noah Crawley oferece referências, como os monges budistas Komuso, que andavam com cestos enfiados na cabeça. Pessoas com cestos na cabeça são uma das esquisitices que David, além de cenas em cenários completamente brancos e duelos de dança. A paisagem mudou, com a produção transferindo-se da chuvosa e florestal Vancouver para a ensolarada e desértica Los Angeles. É nesse lugar quente que Lenny e Oliver (Jemaine Clement) vão fazer suas maldades sob a influência do Rei das Sombras. Complicado? Rachel Keller talvez tenha a melhor definição: “Pareço estar num laboratório cheio de cientistas malucos. É um experimento que nunca está pronto, sempre está evoluindo”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.