O diretor de teatro Gabriel Villela está tão fascinado pelo trabalho de Leandra Leal que chega a compará-la a Cacilda Becker. Leandra seria, ou é, uma nova Cacilda. “Ele disse isso?”, pergunta ela no galpão de ensaios da peça Vestido de Noiva, no bairro da Aclimação, em São Paulo. “Fico contente que o meu diretor pense assim de mim…” A atriz vai interpretar, no teatro e no cinema, duas heroínas de Nelson Rodrigues.
O teatro virá primeiro. Em maio, estreia a montagem de Gabriel Villela de Vestido de Noiva. Leandra faz Alaíde, a atropelada. Mila Moreira é Madame Cleci. Em junho/julho, Alaíde será substituída por outra heroína rodriguiana, a Ritinha de Bonitinha, mas Ordinária, que Moacyr Góes adaptou para o cinema, com produção de Diler Trindade. Leandra ainda não viu Bonitinha. O filme está em finalização.
Leandra sabe que precisa amadurecer mais, mas não se empenha em queimar etapas. Ela já é madura (e determinada) demais para seus 26 anos. É o resultado de uma singular evolução. Aos 7 anos, estreou no teatro; aos 8, na TV. Aos 13, foi premiada no cinema pela Marcela de A Ostra e o Vento, do diretor Walter Lima Jr.
Aos 15 anos, já determinada a ser atriz, ela descobriu Nelson Rodrigues. “A poesia de Nelson, sua intensidade, tudo me deslumbrou. E a riqueza das personagens! A vida como ela é! Em definitivo, dei-me conta de que era aquilo que queria fazer.”
O ano passado foi divisor de águas na carreira de Leandra. Como a blogueira de Nome Próprio, de Murilo Salles – inspirado na experiência real de Clarah Averbuc -, ela deu um salto na carreira. Leandra ganhou prêmios – entre outros, o de melhor atriz em Gramado. “O filme mudou o olhar que as pessoas tinham sobre mim. Me descobriram mais mulher.”