O Grupo Lanteri está fazendo os últimos preparativos para o espetáculo da Paixão de Cristo, na próxima sexta-feira, na Pedreira Paulo Leminski. É a 27.ª vez que os curitibanos vão se emocionar com a encenação da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Cerca de 800 pessoas trabalham na peça: 150 atuam e os demais são figurantes. É esperado um público de mais de 20 mil pessoas.
Mas os organizadores estão pensando em ir mais longe. Buscam apoio de empresários para que o evento se torne uma atração turística. A idéia é ampliar o espetáculo encenado.
Segundo um dos diretores do grupo, Júlio César Miranda do Rosário, todos os anos eles buscam uma nova maneira de contar a vida de Jesus. Por isso, novas passagens da vida de Cristo são acrescentadas. Mas nem sempre eles conseguem fazer a apresentação que queriam. Acabam esbarrando na questão financeira.
A Prefeitura de Curitiba tem colaborado. Este ano foram aplicados R$ 140 mil, mas Júlio fala que seriam necessários pelo menos R$ 210 mil. Segundo ele, para cada cena nova, é necessário construir mais um palco, o cenário e os adereços. "Tudo isso é muito caro", revela.
Mesmo com alguma dificuldade, querem fazer o espetáculo crescer ainda mais e torná-lo uma atração turística para a cidade. Pretendem encenar todos os eventos da Semana Santa. Para isso, precisam da participação de empresários, que fariam doações através da Lei Rouanet de incentivo à cultura. "Este ano convidaram vários deles para conhecerem o trabalho", conta.
Novidades
Uma das novidades este ano será a substituição do ator que faz há 26 anos o papel de Jesus Cristo. Aparecido Isabel Massi continua na direção do espetáculo, mas vai ser substituído por César Kusman.
Os ensaios para a peça são feitos aos sábados durante a noite e aos domingos à tarde. Participam atores e figurantes. Júlio fala que o grupo tem cadastradas 1,2 mil pessoas, mas todos os anos há uma rotatividade no elenco.
No barracão onde estão guardados os cenários, roupas e adereços o ritmo de trabalho também é intenso. No total, 120 pessoas atuam na produção e para dar conta do recado começam a atividade logo após o Carnaval. Como todos possuem outra atividade profissional, se dedicam ao grupo durante a noite e nos fins de semana.
Marco Aurélio Santos, 25 anos, cuida das roupas e adereços dos soldados. Ao todo são 156. Explica que os materiais foram feitos a partir de pesquisas em textos bíblicos, retratando a vestimenta da época. Boa parte é aproveitada de um ano para outro, sendo feitas apenas algumas reformas.
Mas se dá trabalho preparar as roupas, dá mais ainda para vesti-las. Os soldados levam em média 40 minutos se arrumando. Uma das maiores dificuldades é amarrar as sandálias. Para não perder a hora, chegam ao local do espetáculo com três horas de antecedência.
O espetáculo começa às 19h na Pedreira Paulo Leminski. Haverá ônibus gratuito saindo da Praça Tiradentes a partir das 17h. Os organizadores pedem que as pessoas levem um quilo de alimento.