Há quem diga que a receita para a vida é o amor. Momentos difíceis, tristes e sombrios caminham a um passo dos momentos felizes. Em Tempo de amar, espetáculo que estréia hoje no Teatro Regina Vogue, a dama da dramaturgia paranaense, Lala Schneider, sobe ao palco e transmite à platéia um exemplo de vida e amor. Com direção de Laercio Ruffa e texto de Edson Bueno, a peça é uma livre interpretação do filme Ensina-me a viver (1972), de Hal Ashby e Colin Higgins. No elenco, os atores Carlos Vilas Boas, Claudete Pereira Jorge, Gilda Elisa, Helena Portela, Ade Zanardini e João Paulo Alvarenga completam a trama.
A história se passa em uma clínica onde Lucrécia (Lala), uma senhora que está completando 80 anos, e Duda (Carlos Villas Boas), um jovem problemático e viciado em drogas, se conhecem e conversam sobre a lógica da vida. Vindo de uma família em crise – sua mãe também usa drogas – e com um comportamento agressivo, após o contato com as drogas, o jovem Duda é internado numa clínica de recuperação. Depois do encontro com Lucrécia, ele passa a observar sua vida com outros olhos e enxerga uma luz no fim do túnel. "A personagem de Lala mostra que na vida é preciso ter força e ser condescendente. Para isso, discutem sobre a desagregação familiar e social", conta Ruffa.
Além de Lucrécia e a mãe, os personagens que povoam o mundo de Duda são formados por um psiquiatra, a namorada, o amante e um enfermeiro. O espetáculo é contado de forma não-linear, sem começo, meio e fim. A opção dá mais ênfase na busca filosófica e ideológica dos protagonistas da peça. "O Duda nunca teve uma experiência de amor. As questões do tempo de amar, o caminho da liberdade e da escolha são colocado por Lucrécia em forma de questionamentos", afirma Ruffa.
Segundo Lala, sua personagem oferece ao jovem o que ele não teve em casa: um ouvido atento e amor. "As mães que assistirem a peça devem prestar atenção. Muitos filhos, principalmente os drogados, acabam ficando mais problemáticos devido à falta de ouvidos da família", diz. Enquanto Lucrécia e Duda descobrem um no outro a verdadeira amizade, uma surpresa deve chocar e fazer com que palco e platéia reflitam sobre as atitudes e palavras dos protagonistas. No final, a conclusão é compreendida pela emoção e um coração verdadeiro. "Caminhar entre sombras e trevas pode promover um encontro consciente com a vida, quando estamos abertos a compartilhar, a abrir o olhar verdadeiramente para si e para o mundo", finaliza Ruffa.
Serviço:
Tempo de amar com Lala Schneider e elenco no Teatro Regina Vogue (Shopping Estação), hoje, às 21h. A montagem fica em cartaz até o dia 18 de dezembro, de quarta a domingo, sempre às 21h. Ingressos a R$ 10 inteira e R$ 5 meia.