Lala Schneider, a dama continua após a publicidade |
?Lala Schneider, que contracena com José Maria dos Santos em Exercício, é uma das mais experimentadas atrizes do teatro paranaense, reconhecida nacionalmente por suas interpretações em teatro, televisão e cinema?. É isso mesmo, em 27 de abril 1977, Lala e José Maria se apresentavam juntos no teatro, e já eram conhecidos do público -há 28 anos, O Estado anunciava a manchete ?Uma dupla de sucesso?. Passados quase trinta anos, Lala permanece na memória do público paranaense, e hoje comemora seus oitenta anos de idade.
A carreira de Esmeralda Schneider, mais conhecida como Lala Schneider, teve início em 1950. Na ocasião, a então jovem atriz estreou no teatro com a peça O poder do amor, de Nilo Brandão, pelo Teatro de Adultos do Sesi. Criada pela mãe e quatro irmãos, Lala teve um início de vida difícil, principalmente pela perda do pai, ainda jovem. A atriz se tornaria profissional em 1963, com o espetáculo Um elefante no caos, no palco do Guairinha. Uma vida dedicada ao teatro. Esse foi o caminho traçado pela polaquinha curitibana que também teve experiências no cinema e televisão, mas que sem dúvida encontrou nos palcos o caminho da alegria e do sucesso.
Desde o início da carreira, passou a dar aulas no Curso Permanente de Teatro do Teatro Guaíra. Dividindo o tempo entre as aulas e interpretações, Lala trabalhou com os principais diretores de teatro; no rol de suas atuações estão textos clássicos e modernos como: O dote (Arthur Azevedo), O auto da compadecida (Ariano Suassuna), Entre quatro paredes (Sartre), A megera domada (Shakespeare), Linha de montagem (Franz Kroetz), Electra (Sófocles), Vereda da salvação (Jorge Andrade), O vampiro e a polaquinha (Dalton Trevisan), entre outros.
Em depoimento dado em 1998, a atriz contou sobre sua infância e a profissão. ?Aos doze anos, quando todas as outras crianças brincavam de casinha, eu brincava de ler histórias infantis e encená-las. Nem sabia, na época, que estava fazendo teatro… eu lia histórias à noite e então contava para os colegas, depois distribuía os personagens. Eu era sempre a princesa?, confidenciou. Em outra passagem, Lala disse que as participações no cinema e nas radio-novelas eram ?maravilhosas?, principalmente no teatro que tinham que fritar o pastel e fazer café em cena e cada espetáculo era um grande acontecimento para as elites. Lala Schneider sempre defendeu o teatro amador e enxerga nele o verdadeiro teatro. ?É no amador, onde o palco é a rua e o cenário é o céu que surgem os verdadeiros artistas?.
Hoje Lala serve de nome para o Teatro Lala Schneider, que é uma homenagem de seus ex-alunos João Luiz Fiani, Luiz Carlos Pazello e Silvia Monteiro, e possui o Espaço Schneider, o qual é o único licenciado para realizar o Curso de Teatro D?Lala Schneider, um espaço de sua própria equipe especializada na arte da dramaturgia localizado no bairro do Boqueirão, na Rua Salvador de Faradi, 1440, nas dependências do CENAT, onde possui um amplo teatro com 220 lugares.