Lágrimas materializam emoção de artista

A exposição Lágrimas da terra, da ceramista Soraia Savaris, aberta ao público no Museu Alfredo Andersen, é um bom programa cultural para quem está em Curitiba. Com seis trabalhos em cerâmica que representam a emoção por meio de lágrimas, a artista começa sua primeira exposição individual com o pé direito. Em busca do novo, Soraia não economizou em criatividade. Ocupando três salas do museu, a exposição traz, logo na entrada lágrimas moldadas no vidro. A obra remete a uma emoção contida no ser humano.

Na ante-sala, o público confere obras que misturam cerâmica com aço e ferro. ?Esse trabalho é novo, passei o esmalte no aço e fiz buracos em sua chapa (por onde as lágrimas passam); após uma tostada no forno a 1.000º C, o resultado foi positivo. Simboliza a lágrima passando através do aço?, afirma a artista. Em outro trabalho, gotas de vidro foram adicionadas a uma forma de ferro circular. ?Como minhas peças eram sempre aéreas (penduradas por fios até o teto), quis aterrar ao menos uma delas?.

Segundo Soraia, seu processo de criação vem com o que está sentindo no momento em que cria uma obra. A artista só faz uma leitura da obra depois de pronta. Para o último trabalho da exposição, com o auxílio do museu e de alunos, Soraia conseguiu um resultado belo, universal e íntimo. Em uma sala pequena e totalmente escura, o visitante encontra 400 lágrimas flutuando no espaço. Como a cantora Marina Lima diz na música Me chama, ?nem sempre se vê / lágrimas, no escuro/cadê você…? – essa parece uma grande oportunidade. Com o auxílio de um aparelho  que reproduz o som de gotas de água pingando no chão, se tem a impressão de entrar em outro universo. Uma boa dica para o visitante é que se deite no chão e veja as lágrimas brilhantes sobre seus corpos. Num primeiro momentol, se tem uma sensação espacial, como se estivesse numa viagem às estrelas. O resultado é fruto de um trabalho ininterrupto de 13 horas para pendurar as centenas de lágrimas.

Segundo Soraia, o trabalho traz um sentimento diferente para cada um. ?São trabalhos leves onde a emoção se encontra em cada lágrima. Procuro falar por meio da obra.? Para ela, o sentimento é de satisfação e alegria. Formada pela Faculdade de Artes do Paraná, a artista foi professora de artes pela Secretaria do Estado da Educação e coordenadora do setor educativo do Museu Alfredo Andersen, atualmente é orientadora de cerâmica do Atelier de Arte do museu.

Serviço:

Exposição Lágrimas da terra da ceramista Soraia Savaris no Museu Alfredo Andersen (Rua Mateus Leme, 336). Aberto até o dia 12 de fevereiro. Entrada franca.

Mais informações pelo telefone (41) 3323-5148. 

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