Aplausos e lágrimas marcaram a saída do cortejo fúnebre de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, da banda Charlie Brown Jr., cujo corpo foi enterrado no final da tarde desta quinta-feira, no Memorial Metrópole Ecumênica, o cemitério vertical de Santos, localizado no bairro do Marapé.

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Mais de 5 mil pessoas passaram pela Arena Santos, o maior ginásio esportivo da cidade, onde o corpo do vocalista foi velado desde a noite de quarta-feira (6). Não só adolescentes, mas gente de todas as idades foram prestar a última homenagem ao cantor e compositor, que era considerado um dos maiores divulgadores da cidade. Por onde passava para fazer shows, falava de Santos e do seu time do coração: o Santos Futebol Clube.

Por isso, a limusine que levou o corpo passou em frente ao estádio da Vila Belmiro e também pela sede do Chorão Skate Park, uma pista de skate especialmente construída pelo vocalista para a prática do esporte, que era sua outra paixão. O apelido Chorão veio das primeiras manobras do skate, porque chegava a chorar quando se machucava. Várias crianças e adolescentes que se iniciaram no esporte afirmam que a inspiração veio do Chorão. Apesar do sucesso, ele era uma figura bastante popular na cidade.

Exatamente por esse lado popular do vocalista é que muitos fãs criticaram a rigidez do grupo que fez não só a segurança do velório, mas da área próxima ao cemitério, onde o corpo foi sepultado. O motoboy Edmílson Ferrari, de 38 anos, que veio de Jundiaí, não se conformava com a barreira imposta pela segurança para que os fãs se despedissem de Chorão. “Um cantor que transmitia muita energia positiva para os seus fãs não poderia ficar assim tão isolado”, disse. Edmílson afirmou que nem no velório de Ayrton Senna, do qual ele participou, havia tanta distância assim. “Perdemos o direito de prestar a última homenagem ao nosso ídolo”, declarou.

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Mais sorte teve Fábio Andrade, de 36 anos, que teve oportunidade de se despedir mais de perto do amigo de infância. “Conheci todos os componentes do grupo: Marcão, Champignon e Thiago”, lembrava nesta quinta, acompanhado da filha Bruna Galvão Andrade, ainda de uniforme escolar. A menina, que já pratica skate, inspirada no roqueiro, chorou durante a passagem da limusine. “Tinha que trazer ela aqui, de todo o jeito, para se despedir do tio, como ela falava”. Para Fábio, ele perdeu o amigo e ídolo, mas a cidade perdeu um dos seus maiores divulgadores. “É uma perda irreparável para a música e também para Santos, que não será mais a mesma sem o Chorão”, disse.

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A mãe do vocalista, Dona Nilda, que tem 80 anos e teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) recentemente, esteve no velório, no final da manhã desta quinta, quando as portas do ginásio esportivo foram fechadas para que ela pudesse prestar a última homenagem ao filho. Ela também participou do sepultamento.