O lançamento do livro do autor Aguinaldo Silva, Prendam Giovanni Improtta, foi recheado de momentos de pânico. Quando parcos convidados começaram a chegar, Aguinaldo mal conseguia disfarçar a ansiedade. Estalava os dedos e cumprimentava alguns amigos em doses homeopáticas. Enquanto isso, olhava de soslaio para a capa do livro assinado pela Geração Editorial com a ilustração de Giovanni, personagem de José Wilker na trama das oito Senhora do Destino e ausência lamentada da noite. O ex-bicheiro da novela, no entanto, ainda era bicheiro quando a trama foi escrita há 25 anos e publicada com o nome O Homem que Comprou o Rio, ambientada no universo que tanto fascina o autor: o submundo do Rio e da Baixada Fluminense. Tema que interessa ao autor desde que Aguinaldo atuava como jornalista cobrindo pautas policiais na década de 70. "Tenho uma grande experiência no assunto. Quando acabar meu contrato com a Globo, em 2010, vou me dedicar a só escrever romances policiais", planeja.
Esse soturno universo marginal do livro foi amplamente contrastado com o clima do evento à medida que os convidados chegavam e começavam a tilintar taças de prosecco e degustar torradas de espinafre e cenoura com patê de foie gras. Pouco depois, os convivas ficaram perplexos quando perceberam a entrada do repórter Vesgo e o Sílvio Santos do Pânico na TV na livraria da Travessa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. "Tenho uma obsessão pelo Giová, essa figura sinistra do bicheiro do Rio de Jan…", interrompia o autor, retirando os óculos e arregalando os olhos quando percebeu a aglomeração da equipe do programa da Rede TV!.
Assim como Aguinaldo, atores e autores Marcello Antony, Renata Sorrah, Dado Dolabella, Maurício Mattar, Gilberto Braga olhavam para os lados procurando uma rota de fuga. A exceção era Suzana Vieira. A atriz, ao contrário, foi na direção da dupla e logo esboçava letras de funk com Vesgo. Silvio logo perguntou: "Você está na próxima novela do Aguinaldo?". "Claro, por que você acha que eu estou aqui?", ironizava a atriz, às gargalhadas. A dupla ainda teve tempo de confundir a cabeleireira Rudy com a travesti Rogéria. O caos se instalava sob o olhar atônito de Aguinaldo, que nem chegou a perceber a aproximação do repórter Vesgo pelo flanco para "capturar", num só punhado, dezenas de jujubas e chocolates dos potes que enfeitavam a mesa de autógrafos. "Aguinaldo Silva, é coisa nossa…", cantarolava Sílvio com Vesgo.
Entre os clarões provocados com a passagem da dupla, Ivone Kassu, a assessora de Aguinaldo Silva, balbuciava: "Esse é o meu momento de pânico! Eles não podem chegar até aqui!", torcia. Na verdade, era particularmente difícil circular pela livraria, tamanha era a profusão de atores que se aglomeravam na fila de autógrafos. Muitos não disfarçavam o interesse em atuar numa próxima novela do autor, como "É a Educação, Estúpido!", título provisório de uma futura trama das oito de Aguinaldo, dirigida por Wolf Maya, prevista para o segundo semestre de 2007, com Suzana Vieira e Bárbara Borges no elenco. "Oi, eu sou o Ernesto, aquele que pega a calcinha da Cláudia Raia!", orgulhava-se o ator nissei Eduardo Hashimoto, que vive o enteado de Cláudia Raia em Belíssima.
Mas poucos atores conseguiam chamar mais atenção que a atriz Sônia Braga, acompanhada do estilista Ocimar Versolato. Assim que Suzana Vieira percebeu que os "flashes" em sua direção começaram a diminuir, foi logo cumprimentar Sônia e voltou a posar para os mesmos fotógrafos, mas agora abraçada com a "eterna" Gabriela. "Sou que nem vagabunda. Fotografo para todo mundo", brincava Suzana.
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