Um monumento da cultura ocidental, como a Mona Lisa de Da Vinci ou o Romeu e Julieta de Shakespeare Assim o maestro Abel Rocha define La Traviata, ópera de Verdi, que abre hoje a temporada do Teatro Municipal de São Paulo. Serão 11 récitas, ao longo das quais se dividem três elencos. Rocha, diretor artístico da casa, rege a Orquestra Sinfônica Municipal; a concepção cênica fica a cargo do diretor e videomaker italiano Daniele Abbado.

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“Vários nomes na história da ópera ultrapassam o conceito de compositor. Monteverdi, Mozart, Puccini, Wagner e Verdi devem ser estudados e encarados como dramaturgos”, diz o maestro. “A excelência da dramaturgia de Verdi se reflete em todas as suas óperas, seja num perfeito equilíbrio entre cenas solos ou corais, no desenvolvimento de personagens, ou nos momentos de contraste e conflitos criados. E tudo isso com a necessidade de uma profunda concisão literária. Daí o papel primordial da música. As emoções, os climas de cada cena ou momento, serão definidos primeiramente pela música composta, muito mais que o texto. Assim, em pouquíssimos compassos, o compositor deve estabelecer toda uma gama de sentimento, e essa música, por sua vez, ressignificará o texto para o qual foi escrita.”

La Traviata estreou em março de 1853 no Teatro La Fenice, em Veneza. A inspiração de Verdi e do libretista Francesco Maria Piave foi A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho. “A música e o teatro de Verdi, aqui, não buscam um realismo. São representações estéticas e artísticas de sentimentos, conflitos e paixões eternas. Assim, o compositor imortaliza e torna atemporal a história de Violetta. E permite que públicos diversos, em épocas distintas, possam se reconhecer e se encontrar espelhados em seus personagens.”

LA TRAVIATA – Teatro Municipal de São Paulo. Praça Ramos de Azevedo, s/nº, centro. Hoje, 20 h. Preço: R$ 40 a R$ 100.

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