Nicolas Winding Fern já possuía uma obra, mas virou cult aqui mesmo em Cannes quando Drive, seu noir com Ryan Gosling, ganhou o prêmio de direção. Winding Fern concorre de novo com Only God Forgives, também com Gosling (e Kristin Scott Thomas como a mafiosa mãe dele). No sábado (18) à noite, o público quase veio abaixo quando o autor dinamarquês subiu ao palco do Theatre Croisette para apresentar uma das atrações da Quinzena dos Realizadores, La Danza de la Realidad.

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Para quem quisesse ouvir, Winding Fern disse que era uma honra apresentar um diretor que ele gostaria de ser, mas tem certeza de que nunca será – o chileno Alejandro Jodorowsky, que, após a diáspora provocada pelo golpe de Augusto Pinochet, seguiu para o exílio e fez filmes no México e na Franca. La Danza conta a história da família de Alejandro, que se debruça sobre o próprio passado. Parece um filme do baiano Edgard Navarro, a meio caminho entre Eu Me Lembro e O Homem Que Não Dormia, e isso é um elogio.

Ontem (19) à noite, Patrice Chereau era esperado em Cannes Classics para mostrar a versão restaurada de A Rainha Margot, que adaptou do romance histórico de Alexandre Dumas. Chereau terminou não vindo – tem compromissos inadiáveis hoje pela manhã em Paris -, mas foi representado pelo produtor do filme, Thomas Langmann (filho de Claude Berri), pelo presidente da Pathé, Jérôme Seydoux (pai de Lea), pela roteirista Daniele Thompson e pelo ator Vincent Perez, representando todo o elenco. O produtor disse que parece prematuro restaurar um filme que ainda está na sua juventude (Margot é de 1994, portanto tem só 19 anos). Mas o filme ficou tão deslumbrante – mais do que era -, em termos de imagem e som, que o cinéfilo só tem de agradecer a Cannes Classics e à Cinemateca de Bolonha, onde a restauração foi feita, sob o olhar atento do próprio Chereau, satisfeitíssimo com sua obra-prima.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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