O maior público do festival até agora foi o do Kings of Leon, o último no palco principal na noite de ontem na ‘fazenda do rock’. Segundo a produção do SWU, em Itu, eram 56 mil pessoas, com toda a área Premium ocupada – todo mundo espremido para ver os filhos de um pastor que turbinaram a onda do caipirismo sofisticado no rock. Caleb Followill, com a voz mais rascante que nunca, e uma perfeição técnica de som não alcançada até aqui no festival, foram os destaques.
A bordo das novas canções do disco “Come Around Sundown” mescladas com os hits, o grupo desembarcou pela segunda vez no País em seu habitat natural: a estrada e os espaços abertos. E o público correspondeu. A reputação dos irmãos Followill entre as garotas levou milhares delas a migrar para Itu na noite de ontem.
O Dave Matthews Band também fez um show concorrido no festival, com seu som étnico e engajado. Tocou 12 músicas, abrindo com “Shake Me Like a Monkey” e “You Might Die Trying” e encerrando com “All Allong the Watchtower”, de Bob Dylan. Simpático e boa praça, Matthews tem um fã clube fiel também no Brasil, mas não chega a ser tão grande quanto o que o apoia na América do Norte.
Pouco antes do Kings, no palco Oi, Lucas Santtana fez um show quente para quase ninguém – após trocar o horário de sua apresentação (deveria ter tocado às 17h, mas tocou somente pouco antes das 23h), ele ficou meio órfão de público, mas não se intimidou e mandou ver em canções como “Cira”, “Regina e Nana”, “Jaçanã” e outras.
Piano Steinway dedilhado ao mesmo tempo em que castigava uma percussão de uma só baqueta. Berros e carícias vocais. Regina Spector, clone distante de Camila Morgado, não é exatamente uma voz pop para as massas. Nova-iorquina cortejada pelas publicações de bom gosto de Manhattan, apresentou-se pela primeira vez no Brasil justo num megafestival de rock (seria muito mais adequado numa casa como o Bourbon Street, por exemplo). Ao violão, parece que está cantando um country, mas é quase uma declamação vocal, ao estilo beat. “É minha primeira vez no Brasil. Espero que na próxima vez esteja quente.”
Se na tarde de sábado o Macaco Bong levantou o público que ainda chegava ao festival, ontem este papel coube ao Jota Quest. Em pouco mais de uma hora, os mineiros desfilaram uma série de seus hits. Embora não seja mais uma surpresa, Tulipa Ruiz surpreendeu no Palco Oi Novo Som. Com as canções criativas de seu disco, acompanhada de sua competente banda, ela foi um dos destaques do segundo dia. As apresentações de DJ Marky e Crystal Method também ficaram bastante cheias, num clima de balada que vara a noite. Já no palco Oi, a banda de indie rock Apples in Stereo estava escalada para fazer um dos melhores shows. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.