Para Karina Barum, o trabalho no SBT não poderia vir em melhor hora. Afinal, a personagem Graziela, de ?Esmeralda?, surgiu após quatro anos desde seu último trabalho na tevê – em ?A Padroeira? na pele de Tiburcina. E o melhor de tudo é que a novela é gravada em São Paulo. Só assim mesmo para conciliar as funções de atriz e mãe de primeira viagem de Manuela, de um ano. ?Não é fácil desempenhar bem as duas tarefas. Mas a Manu já está indo para escola e tenho tempo para me dedicar à novela?, garante.
O trabalho de composição de Graziela exigiu mesmo tempo livre da atriz. No começo, Karina estava com dificuldade para encontrar o ?tom? exato da personagem, que é muito dependente da mãe Fátima, interpretada por Tânia Bondezan. Mas foram essas dificuldades que acabaram dando o caminho da interpretação: expor a relação doentia entre mãe e filha. ?Através da Graziela, tento mostrar que os pais erram muito ao decidirem o caminho da felicidade dos filhos?, explica a atriz, de 34 anos. Mas, de qualquer maneira, Karina não é uma incorrigível defensora de seus próprios personagens. Tanto que também responsabiliza a postura submissa de Graziela. ?Ela me dá uma raiva porque tudo tem limite. Não me imagino nessa situação?, indigna-se.
É na vertente menos psicológica que Karina encontra uma chance de se divertir com a personagem. Caso das cenas em que Graziela anda a cavalo. A ironia da coisa, inclusive, é que na trama ela toma aulas de eqüitação Adrian, personagem com Daniel Andrade. Nos bastidores, porém, os papéis se invertem: é ela quem ensina a ele. ?Desde criança ia para o campo. Parece até mais brincadeira do que trabalho?, gaba-se.
Seriedade
Mas Karina leva o trabalho bem a sério. De fato, ela garante que sempre almejou seguir carreira artística. Para conquistar seu sonho, aos 20 anos mudou-se de Brasília para São Paulo para cursar na Escola de Teatro Célia Helena. Sua estréia no teatro foi com o espetáculo ?Os Menestréis?, de Oswaldo Montenegro. Na tevê, a atriz estreou em 1994, na novela ?74,5, Uma Onda no Ar?, na extinta Manchete. Depois passou por ?Malhação? até que fez sucesso em 1998, ao interpretar Shirley de ?Torre de Babel?, na Globo. ?Até hoje as pessoas me param na rua e me chamam de Shirley?, conta Karina, que assegura não se importar com esses assédios.
Para Karina, o melhor de trabalhar no SBT, no entanto, é o entrosamento entre o elenco. Tanto que sempre reserva um tempo para passar os textos e trocar idéias sobre seu desempenho com os colegas. ?Por ser apenas um núcleo, nos tratamos como uma família. A novela nem acabou e já sei que vou sentir saudades?, derrete-se.
Para ela, o enredo é bem-desenvolvido, não cai na mesmice e sempre tem uma coisa nova acontecendo para mobilizar a atenção do público. ?Não tem encheção de lingüiça para esticar a novela?, assegura.